14/09/10

ATEUS ACTIVOS - CATÓLICOS DORMIDOS

Em Portugal também já há organismos ateus de activismo social. O próprio Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, não há muito tempo, manifestou grande surpresa por tal, pois, segundo disse, não sababia possível uma militância ateia. Como diz o Povo "casa roubada, trancas na porta"; mas neste caso nem isso: as trancas estão no depósito do esquecimento com o "pós concílio Vaticano II".

Existe a "Petição Pública", sistema virtual de criação de petições. Deparei-me com algumas destas, das quais transcrevo 3 (duas péssimas e uma boa).

A petição da "laicidade" é feita pelo grupo ateísta português:

Petição PROTESTO CONTRA A VISITA DO PAPA BENTO XVI A PORTUGAL
Para:Portugueses
"PROTESTO CONTRA A VISITA DO PAPA Bento XVI A PORTUGAL
O Papa, para além de grande responsável pela propagação da SIDA no mundo, é conivente com as omissões católicas relativas ao CRIME de PEDOFILIA na igreja, pelo que, como portugueses não aceitamos a sua presença em PORTUGAL!
Pedimos à Assembleia da República que não autorize a entrada do Papa Bento XVI em Portugal."

Esta petição ia só com 600 signatários, mas a petição a seguir vai com 5000 (no final desta reparem em alguns nomes de principais signatários, como é o caso do de Joana Amaral Dias). Mas não é tudo... Ao mesmo tempo que assinam, cada signatário pode deixar um breve comentário.
O signatário Miguel A. M. S. Almendro solta seu gritinho de "liberdade" "Extremamente importante estes alertas para que acordemos do torpor burgês que a idade média nos legou" (legou-lhe certamente vários nomes e sobrenomes, 5 ao todo - deve ser coisa de nobre, visto que não gosta de burgueses - dá a conhecer que ainda não acordou e que está a apelar para que todos "acordemos"). Carlos M. C. D. Sousa apieda-se “Respeite-se a Constituição da República” (as Côrtes de Lamego é que não vão ...). Daniel E. Z. Silva declama “Como ateu e cidadão português que quer manter a separação entre Estado e Igreja, assino este texto (é cidadão). Finalmente aprece Alexande M. Miguel com um brilharete de inovação “Preocupem-se é com os 600/700 mil desempregados e com aqueles que ganham 475 Eur miseráveis Euros por mês!!!” (ora toma...). Alguns, como Rui Pedro Magalhães Coelho, despejam misérias “Cada um deve ser livre de acreditar no que bem entender. Jesus Cristo, Allah, Hindu, Coelho da Pascoa, é só escolher... Mas permitir que um sistema de dogmas canónicos tenha influência nas decisões tomadas em nome de uma nação soberana, dita laica, é por si só um acto de hipocrisia e um atentado à liberdade intelectual dos seus cidadãos. Há uns anos atrás retiraram finalmente as cruzes cristãs das salas de aula para agora, anos depois, interromperem as aulas nas escolas públicas em nome da pomposa visita Papal. Visita essa que será financiada com dinheiro do contribuinte (católico ou não). Separem o estado do clero de uma vez por todas. Chega deste atraso de mentalidade.” (Coelho ... da Pascoa). Outros atrapalhados com a Grécia, uma vez no ano “Com tolerâncias de ponte como esta estaremos cada vez mais próximos da Grécia!!!!!!!!”. Mas demos o espaço às senhoras, e fale Ana Luisa Cadete Oliveira, católica certamente ... “Porque é que tem que ser o "Estado", (os Portugueses) a pagar a vinda do Papa a Portugal, no Santuário de Fátima cai muito dinheiro todos os anos para poder pagar bem a vinda do papa a Portugal uma vez de 10 em 10 anos. Sou Católica e mesmo assim não concordo. No dia 13 de Maio vai lá cair tanto dinheiro no cofre do santuário que eu tenho a certeza que dará para pagar isso tudo e muito mais”. E, como cada vez há mais mulheres promovidas ao mando mundial, escutemos a sábia Patrícia Filipa Sousa da Silva “É INADMISSÍVEL! não posso compactuar com o assassínio e a hipócrisis”. (deve ser nome clínico...)
 
Bastou ...

Petição Cidadãos pela Laicidade
Para: Senhor Presidente da República Portuguesa
"Senhor Presidente da República Portuguesa,

Nós, cidadãs e cidadãos da República Portuguesa [ahahaha], motivados pelos valores da liberdade, da igualdade, da justiça e da laicidade, manifestamos, através da presente carta, o nosso veemente protesto contra as condições – oficialmente anunciadas – de que se revestirá a viagem a Portugal de Joseph Ratzinger, Papa da Igreja Católica.

Embora reconhecendo que o Estado português mantém relações diplomáticas com o Vaticano e que a religião católica é a mais expressiva entre a população nacional, não podemos deixar de sublinhar que ao receber Joseph Ratzinger com honras de chefe de Estado ao mesmo tempo que como dirigente religioso, o Presidente da República Portuguesa fomenta a confusão entre a legítima existência de uma comunidade religiosa organizada, e o discutível reconhecimento oficial a essa confissão religiosa de prerrogativas estatais, confusão que é por princípio contrária à laicidade.

Importa ter presente que o Vaticano é um regime teocrático arcaico que visa a defesa, propaganda e extensão dos privilégios temporais de uma religião, e que não reúne, de resto, os requisitos habituais de população própria e território para ser reconhecido como um Estado, e que a Santa Sé, governo da Igreja Católica e do «Estado» do Vaticano, não ratificou a Declaração Universal dos Direitos do Homem – não podendo portanto ser um membro de pleno direito da ONU – e não aceita nem a jurisdição do Tribunal Penal Internacional nem do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, antes utilizando o seu estatuto de Observador Permanente na ONU para alinhar, frequentemente, ao lado de ditaduras e regimes fundamentalistas.

Desejamos deixar claro que, se em Portugal há católicos dos quais uma fracção, mais ou menos importante, se regozijará com a visita de Joseph Ratzinger, há também católicos e não católicos para quem o carácter oficial da visita papal, o seu financiamento público e a tolerância de ponto concedida pelo Governo, são agressões perpetradas contra os princípios de laicidade do poder político que a própria Constituição da República Portuguesa institui.

Esta infracção da laicidade a que estão constitucionalmente vinculadas as autoridades republicanas torna-se ainda mais gritante e deletéria quando consideramos que se celebra este ano o Centenário da Implantação da República, de cujo legado faz parte o princípio de clara separação entre Estado e Igreja, contra o qual atentará qualquer confusão entre homenagens a um chefe de Estado e participação oficial dos titulares de órgãos de soberania em cerimoniais religiosos.

Declaramos também o nosso repúdio pelas posições veiculadas pelo Papa em matéria de liberdade de consciência, igualdade entre homens e mulheres, auto-determinação sexual de adultos, e outras matérias políticas.


Porque nos contamos entre esses cidadãos que entendem que a laicidade da política é condição fundamental das liberdades e direitos democráticos em cuja defesa e extensão estão apostados, aqui deixamos o nosso protesto e declaramos a Vossa Excelência o nosso propósito de o mantermos e alargarmos através de todos os meios de expressão e acção ao nosso alcance enquanto cidadãos activos da República Portuguesa.

Subscritores iniciais:
Alexandre Andrade, Andrea Peniche, António Serzedelo, Carlos Esperança, Eugénio de Oliveira, Francisco Carromeu, João Pedro Cachopo, João Tunes, Joana Amaral Dias, Joana Lopes, José Rebelo, Ludwig Krippahl, Luís Grave Rodrigues, Luís Mateus, Luís Sousa, Maria Augusta Babo, Miguel Cardina, Miguel Duarte, Miguel Madeira, Miguel Serras Pereira, Onofre Varela, Palmira Silva, Pedro Viana, Porfírio Silva, Ricardo Gaio Alves, Rui Tavares, J. Xavier de Basto."


Num espaço virtual aquele grupo de ateus activistas zomba do baixo número de signatários da petição para uma nova consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria. Não há dúvida de que ou Portugal dorme ainda, ou a maioria dos portugueses não são católicos. A lista de signatários conta apenas com 13, neste momento.


Convido a todos os leitores a assinarem a petição que se segue:

Petição Consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria
Para: Patriarcado de Lisboa
"Renovação da consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria.

Nós,católicos de Portugal, vimos por este meio pedir aos Excelentíssimos Senhores Bispos Portugueses para que, aproveitando a vinda de Sua Santidade o Papa Bento XVI a Fátima, e dados os momentos difíceis que assolam o nosso país, renovarem a consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria, tal como já foi feito em 13 de Maio de 1931 e em 13 de Maio de 1938."

7 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde.

Estou a escrever-lhe em virtude de o meu nome figurar neste artigo.

Mesmo na posição de discordar totalmente com a legenda que teceu ao meu comentário, não me oponho, de modo algum, à liberdade que lhe assiste para ter a sua opinião pessoal relativamente a assuntos de cariz religioso. Contudo, o uso do meu bom nome numa mensagem de pura demonização a quem simplesmente não partilha da sua fé, é, por si só, um atentado à minha privacidade.

Quando eu, e outros como eu, exprimimos uma opinião democrática num web-site de petições, tal é feito num contexto de discussão aberta, e uma vez que não nos tratamos de figuras públicas, considero desnecessária, e até mesmo cobarde, a publicação dos nossos nomes na sua mensagem de campanha religiosa cujos fins desconheço por completo.

Se o que realmente pretende é um debate intelectual sério e moderado em relação ao papel que a igreja deveria ter na nossa sociedade, terei todo o gosto em participar, fundamentando e argumentando o meu ponto de vista. Contudo, se o verdadeiro objectivo é, baseando-se única e exclusivamente na sua verdade pessoal, criticar uma opinião honesta, escolhendo para isso ao acaso, numa lista de inúmeros assinantes, alvos para bodes-expiatórios, sem que seja sequer dada a oportunidade aos envolvidos e citados de se defenderem, então aconselho-o(a) vivamente a rever os princípios morais que regem a sua própria religião. Pois eu, mesmo sendo ateu ("activo" ou não), consigo ver onde falha o preceito por detrás destes actos reprováveis.

Espero sinceramente que se retracte quanto à publicação de nomes completos de figuras não públicas nos seus artigos e apelo que remedeie este lamentável erro em particular o mais breve possível sem que me seja necessário recorrer a outras entidades.

anónimo disse...

Anónimo,

O seu texto é um bom exemplar da ideologia comum. É uma boa oportunidade responder-lhe. Contudo, ainda não tenho tempo para tratar deste assunto. Talvez faça um artigo com este caso.

Aproveito para despachar alguns assuntos menos interessantes e mais simples.

Devolvo-lhe algumas acusações falsas que me fez. Para tal, lembro-lhe que a petição pública que assinou contem os nomes dos signatários e respectivos comentários. Os signatários têm a possibilidade de preservar alguns dos seus dados no momento de registo, os restantes dados são públicos. Também lembro que os nomes e os comentários colocados no meu artigo foram somente transportados a partir da tal lista de assinaturas, neles não há alterações que pudessem distorcer qualquer intenção do autor. Não há motivos para pensar que os signatários se envergonhem do que subscreveram e comentaram, ao mesmo tempo que se tentem colocar culpas em quem transcreva tais comentários públicos.

Tem vergonha do seu comentário "anónimo"? Está arrependido? Poderá dizer-nos qual dos comentários é o seu?

Enfim... Quanto aos aspectos ideológicos e crenças darei a prometida resposta assim que tenha tempo.

Obrigado pela visita. Volte sempre.

anónimo disse...

anónimo,

Afinal, ameaça fazer que queixa, e a que autoridades? Pode explicar-se, por favor?!! Os dados recolhidos são públicos.

Anónimo disse...

Confesso que inicialmente, quando fui alertado para esta situação, me precipitei ao considerar que este artigo se trataria de algo sério. Julguei mesmo estar na presença de mais um grave apelo à “caça-às-bruxas”, como se tornou hábito, desde os tempos da “santa inquisição”, especialmente por este espelhar um acto de cobardia, proveniente de alguém que aparenta possuir uma formatação intelectual muito característica desses meios.

É típico, àqueles de horizontes limitados e ideologias fundamentalistas, tentar destruir tudo que não conseguem compreender, especialmente quando são doutrinados a sentir a diferença como uma ameaça.


No entanto, e após me inteirar devidamente dos verdadeiros contornos do que está por detrás deste e outros artigos presentes neste web-site, concluo que tudo não passa de uma irrelevante manifestação juvenil de auto-afirmação, alimentada, claramente, pela necessidade inerente de se identificar com um grupo. Neste caso de culto religioso.



O “espírito de guerrilha”, que vos é incutido pelas figuras no topo da hierarquia, transborda aqui na forma de legendas vazias de conteúdo e de acusações a quem, pura e simplesmente, é livre de ter concepções próprias de como a sociedade deve operar, na ausência de dogmas improfícuos.



No entanto não desejo condena-lo pela susceptibilidade à manipulação de que é alvo, uma vez que se trata ainda de um jovem de 25 anos com uma experiência de vida reduzida. Mas posso, ainda assim, afirmar que pela arrogância transmitida na sua resposta, sente-se demasiado convicto de uma verdade que não lhe pertence. O que a meu ver é, em virtude do seu crescimento espiritual, bastante desencorajador.



A título de satisfazer a manifesta curiosidade, trato-me do assinante nº 1448 da petição: “Cidadãos pela Laicidade”. Embora seja ateu, não estou de forma alguma envolvido em grupos activistas e considero extremamente ridículo da sua parte questionar-me quanto ao meu hipotético arrependimento por ter usufruído, de boa fé, de um direito democrático que me assiste.



No entanto, e visto ter demonstrado alguma dificuldade na compreensão do que está aqui realmente em causa, tentarei elucida-lo novamente quanto ao cerne da questão.
Não é o facto de ter transcrito comentários de uma petição pública que atenta contra a privacidade dos envolvidos, mas sim o contexto em que os usa. Isto é, de entre mais de 5000 assinantes, escolheu a dedo nomes de figuras não publicas, nem representativas, para interpretarem o papel de “bodes-expiatórios” na sua campanha de demonização daqueles que desafiam a autoridade ilegítima da Igreja Católica em Portugal. Uma atitude que apenas me é possível considerar lamentável e cobarde.



Não deixa de ser evidente que existe mais coragem em cada um desses 5000 nomes do que em todas as suas palavras, visto estes não terem receio de dar o nome por aquilo que acreditam, ao contrário de quem aqui os critica, pois parece preferir permanecer no conforto do anonimato enquanto incentiva aversão à diversidade e independência intelectual.

anónimo disse...

Anónimo,

Desculpe a demora. Não tenho tido o tempo que queria. Por isto, responderei apenas com uma parte do texto. Vai por partes, dando-lhe também tempo de evitar as precipitações que já manifestou.


Antes de ir ao assunto, antes de fazer uma “fisioterapia” á conversa, peço-lhe o favor de se decidir pela objectividade, numa linha de diálogo, ou não haverá diálogo possível.

A minha resposta anterior continua a parecer-me satisfatória, mesmo que o “anónimo” não lhes tenha prestado atenção. Espero que não me encare como uma ameaça, pois, segundo creio, os erros em que acredita são seus inimigos também, e é apenas a esses que há que eliminar. Conto que seja contra o que eu creio, pelo menos em alguns aspectos, porque crê em coisas contrárias. Portanto, encontrámo-nos numa situação bem real de conflito de crenças a que podemos chamar de “palco do conflito”. Este nosso encontro tem um aspecto mais exterior e aparente, que foi o meu artigo e o seu protesto, mas há aspectos de fundo, mais permanentes, mais sólidos e preexistentes ao meu artigo e ao seu protesto. Esses aspectos de fundo, que pautam o nosso agir e julgar, são do domínio da crença.

Por isto lhe fiz aquelas perguntas, às quais agora acrescento pontos de exclamação. Qual é o problema?! Qual o motivo da sua indignação?!
Diz-me, agora, na sua segunda mensagem, que o problema prende-se com eu ter “escolhido a dedo” alguns comentários que, segundo diz, não são representativos. Portanto, manifesta que o seu comentário afinal não é bom representante da petição que assinou publicamente, e que está indignado de eu o ter tomado como representativo?

Pode explicar de que representatividade está a falar? A minha escolha, segundo diz, deveria ter recaído nos comentários representativos de quê ou de quem?

Até agora escreveu manifestando não saber do que trata este blogue, nem artigo, nem sequer parece saber do que está aqui em causa, nesta conversa. Desloca o objecto de um lado para o outro como quem quer agarrar algo que não conhece e como quem quer fugir de algumas pauladas que não sabe de onde vêm.

(amanhã continuarei este texto. Por favor não responda já)

anónimo disse...

Continuação...


A QUEIXA
A primeira manifestação do “anónimo” é uma queixa à mistura com outras adendas, e o seu núcleo é a “publicação de nomes completos”. Desses, apenas os “nomes de figuras não públicas” fazem parte da queixa.

Há apenas um nome completo de figura não pública no meu artigo. Por exclusão de hipóteses, esse é o único nome que cabe na queixa e é o do autor da mesma. Este facto comprova que é ilegítima qualquer invocação de terceiros que, afinal, não se enquadrando, são por vezes usados como implicados: “a publicação dos nossos nomes”, “envolvidos e citados”, “publicação de nomes completos”.

Depois da minha resposta à queixa, o “anónimo” decide fazer algumas alterações que resultaram em outra queixa bem diferente.

A REQUEIXA
Na sua segunda manifestação diz que o “cerne da questão” é o “contexto em que” usei as transcrições da petição pública. Explica então que esse contexto é a selecção que fiz dos comentários transcritos da petição pública.

A queixa do primeiro manifesto é outra. Veio a segunda depois de eu ter respondido à primeira. Nada me diz que não passa a uma terceira e quarta, e que vá por aí fora saltando de queixa em queixa, de acusação em acusação, de ameaça em ameaça, explorando todas os ângulos do mesmo artigo.

(Este texto tem continuação. Por favor não responda já)

anónimo disse...

Anónimo,

Não tenho tido tempo para o blogue. Desculpe a minha demora. De minha parte, responda quando quiser, visto que vou demorar a terminar a resposta.

TEXTOS ANTERIORES