24/06/17

NA SERRA ALTA - FIDELISSIMOS


"De todas as maravilhas que a Santa Igreja encontrou na fértil ceara dos Reinos Cristãos, a FIDELIDADE achou-se em maior constância e brilho em Portugal; característica esta nossa, tão própria e admirável que o Príncipe dos Apóstolos fez com ela coroa lusa (*). Assim, perante os Reinos Cristãos, e o mundo, Deus preparou Portugal para exemplo de Fidelidade, e da grande fidelidade que é a Fé. (...)  Embora Portugal seja de si mesmo desconhecido, não se entenderia o motivo de tal virtude demorar 600 anos em tornar-se oficiosa aos olhos do mundo, caso não fosse a muita discrição pública outra característica nossa, que nos tem protegido providencialmente tantas e tantas vezes. (...) para que cá os humildes possam assegurar-se que a Fé não é incompactível com a Fidelidade aos legítimos (...)"
(na serra alta - J. Antunes)

3 comentários:

anónimo disse...

NOTA (*)
Tal como às coroas dos vários Reinos Cristãos os Papas foram atribuindo título próprio (cristianíssimos, apostólicos, católicos etc...) tb. Portugal obteve a de "Fidelíssimos", no séc. XVIII. Este título, é hereditário.

Mem de Sá disse...

Já no séc. XVI Dom Sebastião, perguntado por Gregório XIII como gostaria de ser chamado, respondeu que não queria outro título senão o de "filho obedientíssimo da Igreja". Daí vemos a origem antiga do nosso "Fidelíssimo".

Alguém já comentara sobre a conveniência da aparição de Nossa Senhora em Portugal, dizendo que, havendo sido a mais universal e importante de todas as aparições (e muito clara, diferente de La Salette, por exemplo, em que ainda hoje disputam sobre o seu real conteúdo), devia aparecer no lugar menos envolvido nas disputas de poder da época, menos imbuído de mundanismo, e portanto o mais disposto à universalidade e ao sucesso da mensagem. Talvez tivessem desconfiado dela, se tivesse sido dada na poderosa França, Inglaterra, ou mesmo na Espanha. Mas não num lugar tão escondido como Portugal.

Escondido e importante. Podemos ver a preparação desde a antiga e única devoção ao Anjo de Portugal e os fatos extraordinários acontecidos antes no lugar que hoje é Fatima. A maioria dos estudiosos (que são estrangeiros) não veem muito a importância de Portugal em Fátima. O Anjo de Portugal, os destinatários primeiros do Segredo, o bispo de Leiria e o Cardeal-Patriarca (e não o Papa), as tantas graças de paz temportal e espiritual concedidas a Portugal, as intenções particulares de Nossa Senhora pela sua conversão.

Finalmente, o "dogma da fé", que hoje muitos já não conseguem ver como a fé como virtude teologal simplesmente, preservada em Portugal especialmente nestes tempos, conforme a velha interpretação de alguns estudiosos. Senão que enxergam uma situação particular que deve ocorrer talvez no tempo do desastre previsto na visão do "bispo de branco". O certo é que a Ir. Lúcia não o escreveria daquele modo, de forma tão sumária, se fosse promessa condicionada e frustrável.

Deus é o Senhor das nações e tem desígnios particulares para cada uma, por isso esperamos conhecer talvez em breve seus desígnios para Portugal.

anónimo disse...

Caro Mem de Sá,

obrigado por comentar. Faz bastante tempo que não o vemos por cá.

Mas agora disse tanta coisa em tão poucas palavras que nem sei que lhe diga.

É curioso ter notado essa realidade de Portugal não ser tido em conta, ou se o é é para mal, e que essas opiniões são estrangeiras ou influenciadas por opiniões estrangeiras. As pessoas que assim pensam acham que aqui em Portugal deveriam então encontrar a "tradição", ou melhor dizendo: um movimento de reacção à imagem daquilo que se desenvolveu mais em países mais debilitados em suas heranças civilizacionais. Não entendem que a moral, os costumes, o pensamento, os exemplos e referências dos pais ou avós pode ser mais definitivo que o saber sistematizado, à imagem do que difere SABEDORIA e CONHECIMENTO etc... Enfim ... isto seria assunto para um tratado.

Nem sei mais que dizer.

Obrigado... Volte sempre.

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