01/02/17

NA SERRA ALTA - O PARTIDARISMO


"[Fr. Fortunato de S. Boaventura, Fr. Alvito de Miranda, Pe. Agostinho de Macedo etc.] Condenaram então o espírito de partidarismo que o Liberalismo e Maçonaria conseguiram colocar entre citadinos portugueses do início do séc. XIX. Os nossos heróis da Tradição Católica lusa defenderam a permanência da unidade pela Verdade, segundo o que até então tinha sido, e alertaram fortemente contra o espírito partidário. Eis o momento que podemos chamar do nascimento da famigerada dualidade "direita - esquerda" em Portugal; ou, de forma menos pragmática dizemos hoje também "conservadorismo - progressismo". O modernismo necessita destes dois polos de sustento, porque existe pela conservação da forma à qual se lhe  faça progredir o conteúdo."
(na serra alta - J. Antunes)

3 comentários:

VERITATIS disse...

Caro Pedro Oliveira,

Depois de ler esta publicação, surge uma dúvida: Porque motivo Monsenhor Lefebvre usou o nome de "conservador" para se identificar?

Cumprimentos.

anónimo disse...

Caro Reaccionário,

sim, usou o nome "conservador" para se situar em dados momentos, principalmente perante as vicissitudes ocorridas no concílio. Durante o Concílio não se chegou ao ponto da Coetus Internacionalis se ter como tradicionalista contra oponentes modernistas (há que dar desconto aos limites do meu conhecimento - mas assim parece). Estamos a falar de um Concílio, das matérias de um concílio onde ser "conservador" terá de significar necessariamente a conservação da pureza da Fé, das suas várias doutrinas e cânones etc., coisas que por si são apenas boas. Se tomamos hoje o partido da Coetus Internacionalis, se nos tivermos de colocar numa das estradas divergentes ali representadas, não teremos dúvida de nos dizermos "pelos conservadores", de nos colocarmos aqui como "conservadores".

Mas, Mons. Lefebvre também dizia ser "tradicionalista", muito mais vezes e principalmente, e agarrou-se à TRADIÇÃO DA IGREJA, e também no TRADICIONALISMO. Não são estes critérios diferentes, se BEM usados, como Mons. Lefebvre bem usou. E aqui faço uma pausa necessária, porque começam a aparecer estranhos "tradicionalismos", explicando que: o tradicionalismo não assenta na vontade, na história, no legado de um grupo, mas sim no critério de TRADIÇÃO; ou seja, o tradicionalista é aquele que tomou a TRADIÇÃO como critério de discernimento da VERDADE; melhor ainda: é aquele que opta por seguir a Verdade guiado pelo legado da Tradição. Evidentemente que um tradicionalista português não pode dizer coisas como:

(a continuar)

anónimo disse...

(continuação)

"a Lei divina e a Verdade não são critérios primeiros da Tradição lusa", "o catolicismo tradicional, tal como sempre foi, com as suas doutrinas, moral, pensamento, não é a referência pela qual se deve dizer que este ou aquela coisa antiga foi legítima, ou má, ou deva ou não deva continuar a ser preservada e transmitida"... etc. [Contra o catolicismo, quer por acto, palavra, intenção etc. não faz parte da Tradição lusa. Portugal é católico por essência, e não por vias de uma maioria ser católica; é um Reino, ocupado (a não separação entre Igreja e Estado é um princípio que devemos defender, mas não pode a Igreja aliar-se a estados ilegítimos senão ter uma certa permissão por causa das mesmas almas "reféns" em sua própria casa.) Cabe-nos defender os PRINCÍPIOS ofendidos, independentemente dos apetites pelos efeitos pragmáticos.]

(a continuar)

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