13/07/16

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR CCCIII


9 comentários:

Unknown disse...

Caro Ascendens gostaria que me fizesse uma lista de erros da hispanidad e se Rafael Gambra, Francisco Elias de Tejada, Jaime Balmes, Juan Vazquez de Mella e outros compartilham desses erros e se a hispanidad mesmo com seus erros teria coisas boas e aproveitáveis abraços!!!

anónimo disse...

Caro Cavaleiro Erlantz,

bons dias!

Gostaria!? ... Então identifique-se! Vejo que o seu perfil é muito recente!

Aguardo.


Unknown disse...

sou de terras brasileiras meu nome é Fernando Santos Costa conheço o blog há cerca de 2 anos. Enfim, se puder me explique os erros da hispanidad e se há coisas boas e aproveitáveis nesse movimento. Abraços!!! Salve Maria!!!

anónimo disse...

Caro Cavaleiro Erlantz,

obrigado por corresponder.

1 - O Conceito de "hispanidad" nasceu no séc. XIX. Este conceito não é muito real, e nasceu como uma tentativa de encontrar algo comum e que unificasse os países-colónias de Castela. Então, é mais a vontade de encontrar algo comum para fazer visível e exprimível a potência da antiga Castela, e dar um significado glorioso e exaltado de conjunto;

2 - A "hispanidad" é uma ideia que foi sendo construída, e para ela convergiram vários autores e acontecimentos. No séc. XX, com a guerra civil na Espanha, tornou a haver uma necessidade de afirmação da Espanha na sua defesa contra o invasor comunista e anti-católico;

3 - Portanto, como vc. já deve ter entendido, tudo o que exalte Espanha é bem vindo ao corpo teórico dos adeptos da Hispanidad, mas aqui existe um problema: como criaram um corpo doutrinal de leitura a respeito de Espanha e da Hispanidad, e se afincaram a isso, e combateram inimigos com isso, parecem inaptos a aceitar qualquer prova contrária a tal corpop doutrinal, mesmo que não seja para atacar a Espanha nem o catolicismo. Se tornam nervosos e tentam afastar o pesadelo de algum dos seus pontos doutrinais não estar certo. E não está.

4 - ISABEL A CATÓLICA: eis o principal ícon dos adeptos da hispanidad. Esta mulher cometeu erros graves, que eles não querem admitir, mesmo contra provas, eles fecham os olhos e seguem hoje com a tentativa de canonização;

5 - A FANTASIA INSUSTENTÁVEL: eles não conseguem descrever a história de Espanha, eles acabam sempre por INTERPRETAR a história de Espanha! Todos os feitos, sejam eles quais tiverem sido, têm de acabar sempre com a mesma interpretação: Espanha é a Católica entre todas, Descobriu a América, é a grande evangelizadora, é a filha predilecta da Igreja... etc...

6 - OS OUTROS: a forma como ele se relacionam com os povos vizinhos é assustadora: têm doutrinas para interpretar os vizinhos de forma muito baixa, e fazem disso provas de que eles são mais santos que os vizinhos... Enfim! Este tipo de comparativismo é muito próprio deles. Deturpam a história universal para conseguir encaixar uma versão salvadora onde eles são os principais agentes de Deus, os eleitos. Na verdade, os espanhóis são quem mais tem que ver com o sentimento judaico de POVO ELEITO;

anónimo disse...

(continuação)

7 - Faz uns 4 anos, em conversa com um antigo colega brasileiro, porque no passado vivemos entre espanhóis definimos assim a mentalidade castelhana: "O que é bom e é dos outros, é meu; o que é meu e mau, é dos outros; o que é mau e dos outros, é deles." Este tipo de mentalidade, um tanto infantil, sempre foi constatado por vários autores estrangeiros ao longo da história.

8 - LIBERALISMO OCULTADO: Vc. pensa que a LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE foi uma novidade da revolução na França?! Não... parece que não foi... porque segundo os militantes da hispanidad, teremos de acreditar que essa triologia foi praticada primeiramente por eles! ... e sua mestra Isabel a Católica... Admirado?! ...
a) LIBERDADE: veja como eles louvam Isabel a Católica libertadora dos índios, ela que castigou Colon por ter feito alguns escravos para levar para a Espanha. Ela é mostrada como muito enfurecida contra estas injustiças, e é apresentada como libertadora (o mesmo querem fazer com a Princesa Isabel);
b) IGUALDADE: apresentam Isabel a Católica como tendo feito expandir a lei de Castela até às Índias, fazendo dos índios subditos iguais. Portanto, sem distinção (o mesmo para a Princesa Isabel);
c) FRATERNIDADE: é escusado dizer, porque já deve ter visto mais ou menos por onde vai a coisa.
Os militantes da hispanidad apresentam estas coisas com os mesmos princípios com os quais a maçonaria e liberais agiam e criticavam a Igreja no séc. XVIII e XIX ... veja!!!

Os erros de história não são muitos, mas as omissões são muitas, e o pior são as interpretações forçadas que eles querem dar a tudo, como povo eleito etc... Aqui vai um erro histórico interessante e significativo: o motivo da reconquista do sul de Espanha aos mouros não foi nada por motivos de Fé, mas sim por motivos bem terrenos: os nobres que estavam a apoiar Isabel, os rebeldes, tinham em vista a distribuição das novas terras conquistadas, tanto que dois nobres tinham antes tentado contra a vida do Rei porque ele se recusara a atacar os mouros (ainda querem fazer acreditar que o desespero para atacar os mouros foi RELIGIOSO, quando se está disposto até a matar o próprio Rei?!....). Deus, é certo, aproveitou muito bem todos esses desvarios castelhanos, mas parece que eles querem atribuir a eles a intenção de Deus, quando bem sabemos que a intenção que os moveu foi bem diferente. A "descoberta da América"... !? ... América?! ... Posso saber porque é que a América é o único continente que, segundo a classificação científica da época teriam de ser DOIS ou até TRÊS continentes, e não UM!? ... ou seja... os espanhóis pisam a América Central e ficam com a fama de ter descoberto a América do Norte, a América Central, e a América do Sul, e para que isso bata certo conseguem propagar os três continentes como sendo UM (e pegou). Isabel a Católica era tão santa que foi contra várias bulas papais por questões territoriais que não lhe pertenciam... a invasão constante do território português na África estava punido com Bulas... mas ela investia igualmente; tivemos que fazer um tratado (Alcáçovas-Toledo), e nem o tratado cumpriu: logo que se viu com a "descoberta" da "Índia", mandou o tratado passear, e veio em socorro dela o Papa Alexandre VI, seu subdito, e conhecido como o Papa mais corrupto da história... o mesmo que conferiu à Coroa Castelhana o título de "los Católicos"... Bem... isto é um não acabar de erros...

Unknown disse...

E quanto aos tradicionalistas como Rafael Gambra, Francisco Elias de Tejada, Jaime Balmes, Juan Vazquez de Mella e até os argentinos como o padre Julio Menvielle e Leonardo Castellani também compartilham desses erros? e se sim eles tem coisas boas e aproveitáveis? Salve Maria!!! Abraços!!!

anónimo disse...

Qual a sua verdadeira intenção ao fazer essa pergunta?!

Unknown disse...

minha intenção é saber se a hispanidad toda ela é condenável ou se ela tem coisas boas? e se todos esses nomes que eu citei sofreram influencia dela? e se sim se temos coisas boas de tirar deles?

anónimo disse...

A "hispanidad" é um conceito um tanto vago, ele é mais uma INTENÇÃO de unificar, e encontrar uma cara e finalidade comuns aos povos de língua espanhola (pelo menos). É uma INVENÇÃO não antiga, e que surgiu num contexto pragmático da celebração do "dia da raça".... o problema é o seguinte: o dia da raça era celebrado, mas surgiu o problema das raças diferentes na América do Sul de língua espanhola. Então como continuar a festejar uma raça espanhola?! ... Foi aí que surgiu a necessidade de um conceito maior que ultrapassasse as raças e fosse comum a todas elas de língua espanhola. Portanto, a "hispanidad" é essa coisa, e em torno disso foram reunindo um corpo teórico, e elementos da história que eles julgam seus representativos e característicos. É aqui que nasce o problema: algumas dessas leituras históricas têm erros e imperfeições... mas como passaram a estar dentro de uma militância patriótica tornou-se quase impossível corrigir essas versões. Por exemplo: Isabel a Católica não foi santa, e há provas disso (por isso é que o processo de beatificação dela tinha sido arquivado definitivamente)... mas os militantes da hispanidad não toleram que se coloque em causa a santidade dessa mulher, mesmo quando as provas contra ela são inquestionáveis (porque há casos difíceis em que elementos contrários não servem para fazer prova definitiva).

A "hispanholatria" é um neologismo inventado por um antigo colega meu, argentino, e que com ele se quer significar o costume de colocar a verdade mais baixa que as doutrinas da hispanidad. O hispanholatra, portanto, é aquele que, mesmo perante a injustiça, não quer admitir olhar as provas contrárias àquilo que aprendeu de glorioso sobre a Espanha. Portanto, não se pode chamar "hispanholatra" ao defensor da hispanidad que apenas ignora, e que não tem culpa de defender algumas glórias de Espanha inexistentes ou absurdas.

O castelhano sempre foi testemunhado pelos nossos antigos como uma pessoa de médio valor, mas que faz muito gabarito das suas "glórias", e as eleva a graus maiores que a imaginação de muitos.

OS autores de que me fala, devem ser lidos como autores, e não como se vc. fosse um seguidor da hispanholatira. Entende?! ... com moderação e com certa confiança até. Mas quando chega ao ponto das "glórias" e que Espanha fez e foi mais etc... pode acontecer que eles estejam apenas a repetir o que lhes foi ensinado de crianças, e não terão culpa alguma por tal.

Mais alguma coisa?

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