12/07/14

ESCOLA PORTUGUESA DE ARTE EQUESTRE

Em 1748 D. João V fundou a Coudelaria de Alter, para a sub-raça do cavalo Lusitano: o Alter-Real (o Alter-Real é um apuramento ordenado pelo próprio Rei para servir as exigências da realeza portuguesa).

Na segunda metade do séc. XVIII, D. José amplia a iniciativa de seu pai. Estructura a Coudelaria de Alter, e dá-lhe o primeiro regime coudélico. Assim, começa o periodo aureo da Coudelaria e do Alter-Real.

O Principe do Brasil, D. João (futuro Rei D. João VI)
Gravura do livro "Luz Liberal, e Nobre Arte de Cavallaria".
Em tempo de D. Maria I dá-se um apuramento do Alter-Real e aumento da manada. O Marquês de Marialva, D. Pedro de Meneses, Estribeiro-Mor da Casa Real, estrutura e eleva o ensino à perfeição. Em 1790, fruto de todos estes progressos, Manuel Carlos de Andrade redige o "Luz da Liberal, e Nobre Arte da Cavallaria..." dedicado a D. João Principe do Brasil (quem vem o Rei D. João VI), obra de inestimável valor!

Gravura do livro "Luz Libera, e Nobre Arte de Cafallaria"
A Coudelaria sofreu profundamente com o ataque maçónico-liberal a Portugal. Os seus recursos foram utilizados para a defesa do Reino contra D. Pedro I do Brasil. Depois do Trono usurpado, não mais se voltará a restabelecer o nível que tinha sido alcançado por mercê dos nosso Reis. Com a D. Maria "II" vai-se a pureza da raça, e a Coudelaria sofre das mesmas restrições assombrosas com as quais se pagava a dívida da vitória liberal da usurpação. De 1842 até 1910 o Alter-Real continua a ser fortemende degradado com tentativas de cruzamentos com o caválo Árabe.

Em 1910, um partido usurpa Portugal, e "troca" o nome da Coudelaria por "Coudelaria Militar de Alter do Chão".Durante o Estado Novo foram vendidos os dois últimos garanhões Alter-Real, e em 1941 passam a "Coudelaria de Alter do Chão" para "Coudelaria de Alter" e, no ano seguinte, inicia-se a recuperação do cavalo Alter-Real com base em 3 garanhões (2 eram aqueles últimos que antes tinham sido vendidos ao mesmo particular) e 11 éguas.

Em 1979, com base na tradição equestre portuguesa, aparece a Escola Portuguesa de Arte Equestre que, em 1996 ganha instalação na Real Quinta, ou seja, no Palácio de Queluz.



E o que é feito daquela Coudelaria fundada pelos nosso Reis!? A Nossa Coudelaria, onde anda!?... Bem, o que tem sobrado dela, sejam quais forem os nomes sob os quais a queiram fazer parecer, hoje está muito mal. Bastará olhar as notícias publicadas nestes últimos anos (e para isto recorro ao jornal Correio da manhã):

- 26/10/2008: "O leilão de cavalos na Coudelaria de Alter do Chão, Portalegre, rendeu ontem 49.400€ aos cofres da Fundação Alter Real."

- 25/04/2010: "Cavalos puro-sangue rendem 87.000€. A Fundação Alter Real diz que a iniciativa correu bem, apesar de não ter atingido o objectivo financeiro."

- 25/04/2011: "Leilão rende 120.000€. Alter do Chão: evento tradicional da Fundão Alter Real."

- 12/02/2012: "Freio na Coudelaria de Alter do Chão. A Fundação Alter Real, que através da Coudelaria de Alter do Chão é a responsável pela criação de cavalos lustitanos e pela manutenção dos registos genealógicos da raça, tem de ser saneada financeiramente (defende conhecedora)."

- 29/02/2012: "Seguro desafia governo para problemas do Interior. Sobre a Coudelaria de Alter do Chão, que visitou esta manhã, o lider do PS mostrou-se satisfeito pelo governo ter nomeado uma nova administração para a Fundação Alter Real, que se encontrava sem quórum há dois meses."

- 25/04/2012: "leilão de cavalos rende 75.000€. Para o presidente da Companhia das Lezírias e da Fundação Alter Real, António Saraiva, o balanço do leilão é muito positivo, uma vez que todos os cavalos vendidos acima do valor base."

- 09/08/2012: "Coudelaria em Crise. A Fundação Alter Real (FAR), que gere a Coudelaria de Alter do Chão, em Portalegre, tem um passivo de 2,5 milhões de euros e dívidas com algum significado a empresas prestadoras de serviços, como a falcoaria, laboratório de genética molecular, guias turísticos e fornecedores (admitiu Hermet´rtio Cruz, do conselho de administração da FAR)."

- 05/11/2012: "Crise obriga a abate de cavalos. "Temos de ser realistas e deixar de ser líricos, porque não podemos continuar a viver da emoçção e do sentimentalismo", acrescentou o responsável, dando como exemplo o facto de existirem cerca de 500 cavalos só na Fundação Alter Real, que gere "a coudelaria do estado" com graves dificuldades financeiras."

- 14/06/2013: "Governo põe fim à Coudelaria mais antiga do mundo. Estinção da Fundação Alter Real."

2 comentários:

Unknown disse...

De cavalo para burro, literalmente.

anónimo disse...

de cavalos para burros ... Nem mais!

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