Gregório XVI |
"Bartolomeu Alberto Capellari foi o Pontífice eleito para suceder a Pio VIII, num conclave que durou 50 dias, e que tomou o nome de Gregório XVI. O Cardial Capellari tinha nascido em 18 de Setembro de 1765 em Belluno, no norte da Itália, de João Baptista e Júlia Cesa. Em 1783 vestira o hábito de monge camaldulense em S. Miguel de Murano, de Veneza, tomou o nome de Mauro e celebrou a primeira Missa em 1787.
Destinado pelos superiores para companheiro do Suprior Geral em Roma chegou aqui em 1795; e em 1800 foi nomeado Vigário Abacial do Mosteiro de S. Gregório; e em 1805 foi Abade e sucessivamente Procurador Geral e Vigário Geral da sua Congregação. E a fama das suas virtudes e do seu talento ia crescendo!
Pio VII nomeou-o consultor de diversas congregações, visitador apostólico das universidades da Perusa, Camerino, Macerata e Fermo; e no Consistório de 21 de Março de 1825 criou-o Cardial e mais tarde Prefeito da Propaganda Fide. Em seguida, foi Plenipotenciário para concluir uma Concordata com o Rei dos Paises-Baixos. À morte de Leão XII o Cardial Mauro Capellari interveio no Conclave de 1829 donde saíu eleito o Pontífice Pio VIII. E à morte deste, a 2 de Fevereiro de 1831, foi eleito Papa.
O povo romano que lhe conhecia as virtudes ficou contente com a escolha feita pelo Sacro Colégio; e na primeira vez que o Papa saiu a passeio, aclamou-o com alma e levou-o em triunfo pelas ruas da cidade, tirando os cavalos da carruagem. Ia com Sua Santidade o Cardial Bernetti, seu pro-Secretário de Estado, que mais tarde, em 1836, deveria ser substituido pelo Cardial Lambruschini, ex-Núncio em Paris.
Gregório XVI, antigo monge camaldulense, era um devoto fervorosíssimo da Regra de S. Bento, razão por que entendeu instituir a Ordem Equestre de S. Gregório Magno com a Constituição "Quod Dummis" de 1 de Setembro de 1831.
D. Miguel I que reinava em Portugal enviou a Roma na qualidade de Embaixador D. António de Almeida, Marquês de Lavradio, que pediu ao Santo Padre a provisão dos bispados, ao contrário dos agentes de D. Maria II, pretendente ao trono, que se esforçaram por impedir a instituição canónica dos bispos nomeados pelo Rei.
D. Miguel I, de Portugal |
Feita esta declaração fundamental, o Papa reconheceu D. Miguel I, recebeu o seu Embaixador e ordenou a instituição canónica dos bispos apresentados.
D. Pedro I do Brasil |
Enquanto D. Pedro I, depois de abdicar o Império do Brasil a favor do filho D. Pedro II, e querer tomar o título de Duque de Bragança, veio à Europa tentar reconquistar para a filha o Reino de Portugal, Gregório XVI, no Consistório de 30 de Setembro do mesmo ano, criou Cardial o Núncio Mons. Justiniani, reservando-o in petto e publicando-o a 11 de Junho de 1832. O solidéu cardinalício foi levado a Lisboa pelo guarda nobre João Baptista Pondolfi, servindo de ablegado Mons. Minardi, auditor da Nunciatura.
D. Pedro I, depois de dois anos de áspera luta, toma Lisboa no fim de Julho de 1833 e obriga o Rei e irmão D. Miguel I a sair de Portugal. Logo que formou um governo tomou posse, estabeleceu na capital uma comissão com fim à "reforma" do clero, "aboliu" os privilégios que gozava, declarou vagas as Sés providas durante o reinado de D. Miguel I, "suprimiu" os conventos e, além de outros actos de perseguição, intimou o pro-Núncio Cardial Justiniani a deixar Portugal no prazo de poucos dias."
(o texto tem correcções)
(a continuar)
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