Natal não é quando o homem quiser.
"Nestes dias, que são os nossos, é muito comum, entre os círculos sociais que frequentamos, escutar a expressão «Natal é sempre que o homem quiser». E os homens da nossa sociedade quiseram fazer um Natal à sua medida – um natal puramente antropológico, sem qualquer rasgo de transcendência, porque isso poderia inviabilizar o “querer” dos homens. Quiseram tanto um Natal à sua medida, que o Natal ficou sem medida alguma, sem altura nem profundidade. Deixou de ser Natal, para ser um tempo de maior dedicação à família, pelo menos o dia 25 de Dezembro, que quase ninguém prescinde de passar junto dos seus. Deixou de ser Natal para ser a época das iguarias tradicionais, e todos reivindicamos poder ter nas nossas mesas os sabores que ainda nos recordem aqueles tempos idos de quando ainda era Natal. Deixou de ser Natal para ser um tempo comercial, e nesta altura até surgem os mais interessantes dados estatísticos, que tentam, por exemplo, interpretar a preferência dos portugueses em efectuar os pagamentos através do multibanco. Outros há que tentam comprovar nestes tempos de maior agitação económica a famosa máxima «os portugueses deixam tudo para o último dia». Deixou de ser Natal para ser época de férias, e não apenas escolares, porque há muitos que aproveitam uns merecidos dias de repouso nas estâncias de neve. O homem quis tanto um Natal à sua medida que despojou o Natal de significado, de sentido e lamentavelmente de transcendência." (Pe. JoséAndré Ferreira - in Liturgia Diária -dezembro de 2013)
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