12/04/13

RASCUNHOS ASCENDENS (IV)

X RASCUNHO

RESPOSTA À CARTA ABERTA DE MONSENHOR NICOLA BUX

Londres, 22 de Março de 2012.

Monsenhor,

Numa carta aberta do 19 de Março, dirigida a Mons. Fellay e a todos os sacerdotes da FSSPX,


XI RASCUNHO

"Andar na berlinda"... no geral isto se diz do "andar na berra", mas poucos sabem já o que é uma berlinda. Para o colmate, deixo um texto sobre uma berlinda real, que está no Museu dos Coches:

"É o único carro nobre cujo cabeçal alçado traseiro foi intencionalmente feito e encoirado para melhor descanso do Moço da tábua.

Com pilares dourados e jogos a encarnado e ouro tem no tejadilho maçanetas de bronze e pregaria piramidal; é internamente forrado de veludo e exteriormente de lona pela coberta, tendo ao centro dela, em pintura, o Brasão português, acompanhando nas ilhargas pelo poligrama seguinte, pousado num açafate por entre ramagens, que o envolvem:

Cifra desdobrável nas maiúsculas cursivas D. M. P. R. P. - iniciais de D. Miguel Primeiro Rei Portugal.

(Noutras alfaias para serviço do mesmo Senhor, como se vê no xairel do seu selim à militar, aparece, como inscrição simplesmente D. M.)

O primeiro destes nombramentos remonta ao 2º ano do governo de S. M. El-Rei o Senhor D. Miguel, em que a capa externa do tejadilho desta berlinda foi restaurada (antes deturpada), mascarando-se o primeiro encoiramento com uma tela de grosseiro canhamaço, toscamente pintada. Daqui o facto de ser tradicionalmente conhecida, nos últimos tempos, pelo nome de D. Miguel [note-se a forma tendenciosa e partidário do autor deste texto - para quem há que dar o devido desconto].

E de ordem preventivamente declarar-se que não há, neste modo de dizer, a mínima preocupação partidária. [Veja-se... veja-se o que o autor diz no seu livro supostamente dedicado aos coches...]

Conquanto nesta polémica (quando em acção) se dava sempre jurisprudêncialmente distinguir entre política da Pessoa e política do Regime, devo, todavia, confessar que nenhum suspeito preconceito preside à direcção de semelhante frase. [Sendo o tema de coches, é de estranhar a carga política do texto! Que mais virá?!]

Tendo o Senhor D. Miguel sido proclamado Rei nas Cortes dos Três Estados, convocadas segundo o antigo estilo, ficou ipso facto com direito ao título honorífico de Majestade. [Pois é... começou a tese liberal tardia. Mas se o autor reconhece tais Cortes e o acto que produziram, como em vez de dizer que D. Miguel era então Rei apenas o diminui a um "título honorífico"? Está claro... Continuemos então...]

E com este teor assinou muitos documentos públicos da Régia sanção, desde 1828 até a sua capitulação em maio de 1834, após as derrotas miguelistas de Torres Novas, Almoster, Leiria, Asseiceira e Evora-Monte. [Note-se a relevância dada à citação das terras, tema secundário dentro de um tema secundário. Há dúvidas?]

Por outro lado, o desterro não aniquila a consanguinidade. E, se esta é compatível com o desafecto, é inconciliável com o desrespeito. [Neste momento dá vontade de deitar o livro janela fora... Tivesse sido o autor suficientemente educado para não faltar ao respeito aos Reis a quem deve dobrar o joelho.]

Escrevendo-se um livro dedicado à alta Pessoa reinante de um Seu augusto Aparentado, seria por certo menos cerimonioso o uso - deprimente pelo seu contraste - de qualquer outro tratamento. [É caso para concluir que tal obstinação é suficiente para mandar o autor ao confessionário!]

Os Mestres da Corte, ao tempo de SS. MM. os Senhores Reis D. Pedro V e Dom Luís I - de viva saudade - (como fazia o palaciano e sábio Conselheiro Sr. António José Viale) sempre assim ensinaram os seus Régios pupilos, sem que aulico algum os encoimasse de absolutistas por declararem que o Irmão de Sua Majestade o Senhor D. Pedro IV havia governado, como Rei, toda a monarquia (excepto a Ilha Terceira).  [Note-se que o autor tenta "limpar-se"comprometendo o ensino com a cepa liberal. A moral do autor não é tanta quanto as voltas que dá.]

Nem tão pouco o erudito Lente do Curso Supremo de Letras foi suspeito de nascendo traidor à pátria por chamar ao primeiro usurpador - Senhor D. Filipe I, Rei de Portugal. [É interessante ver como o autor abandona o assunto, pega a oportunidade má, e constrói todo um ataque carregadamente liberal de tal forma que vai construindo a sua própria defesa perante a liberal monarquia Reinante. Incrível... Onde ficou a berlinda...]

Era o facto, conquanto o facto nem sempre objectivamente o direito.

Bem sabia o abalizado Professor que contra a Senhora Dona Catarina, Filha do Senhor Infante D. Duarte, Esposa do Sr. D. João de Bragança (única Neta de Sua Majestade o Rei Senhor D. Manuel, Filha de Pai e Mãe portugueses e casada com um Senhor português) nada juridicamente podiam - nem este Monarca (intruso, por fim), nem Manuel Felisberto, Duque de Saboia, Filho da Senhora Infanta Dona Brites - nem o Senhor Dom António, Prior do Crato, filho (não legítimo) do Senhor Infante D. Luís - nem Rainucio, príncipe de Parma, Filho da Senhora D. Maria, Filha do Senhor Infante D. Duarte - nem a Rainha da França, Catarina de Medicie, alegando (improvavelmente) descender do Rei Senhor D. Afonso III e de sua primeira Mulher, a Condessa Matilde - nem o papa Gregório XIII, considerando o Reino como espólio devoluto à Santa Sé pelo facto do Senhor D. Henrique haver sido um Cardeal. [Se o nome "D. Miguel" deu ao autor este despejo de raiva, nas tantas linhas, como não acreditar que tantos e tantos livros o fizeram pela monarquia liberal fora?!]

Tudo isto optimamente conhecia o autorizado Condervador da Biblioteca Nacional de Lisboa; mas também não pôde com cortesia esquecer que o Snr. D Filipe - I de Portugal, II da Espanha - era Neto de El-Rei o Senhor D. Manuel, por ser Filho da Senhora Infanta D. Isabel, Esposa de Carlos V, Rei de Espanha e Imperador da Alemanha. [É incrível que chega o autor a entre-por disfarçadamente a argumentação liberal contra a legitimida


XII RASCUNHO

















XIII RASCUNHO

Caros leitores, difundam este artigo por caridade.

O blogue ASCENDENS não partilha da opinião sedevacantista, nem nunca partilhou dela.

O blogue ASCENDENS não aceita e nunca aceitou colaborações de âmbito sedevacantista.

O blogue ASCENDENS, ao longo do tempo, tem vindo a combater a a convicção sedvacantista.

Eu, tenho recebido informações muito tristes. Pois há pessoas que se dizem tradicionalistas mas, lamentavelmente, difundem-me como apoiante das opiniões sedevacantistas!

Quem são essas tais pessoas que espalham o erro? Essas pessoas apresentam-se como minhas amigas ou conhecidas, mas difundiram essa falsidade sem NUNCA me terem consultado nem ouvido de mim tais coisas. Ora, tal falta, que não é leve (pecado mortal de calúnia, ou juízos temerários), há que combater mais para benefício deles do que meu.

A cruz que cada um carrega é uma boa cruz, mas livre-se alguém de fazer pesar a cruz aos outros. Assim, com este artigo, ofereço a esses a oportunidade de passarem a ser Simão de Sirene e deixarem de ser verdugos.

A essas pessoas que assim me acrescentam peso à cruz, e que nunca souberam apontar qual das minhas afirmações lhes fez concluir o que difundem,

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