19/04/13

PEQUENA REFLEXÃO - O LIBERAL E A OBEDIÊNCIA

S. Pedro no trono da Igreja
(pintado por Grão Vasco - Viseu, Portugal)
A mente liberal está limitada também no conceito de "obediência". Para ela, a obediência é algo tolerável na medida em que esta se deve manter apenas para evitar desequilíbrio. A obediência é assim por ele vivida mais como "mal necessário", mesmo sem atrever-se a dizê-lo; no fundo, se não tivesse consequências em dizê-lo, ele diria que a obediência é um atentado tolerável contra a liberdade, um "dano colateral".

O liberal tende a olhar a obediência ao contrário: do ponto de vista do mando, porque deseja o mando para si ou porque a sociedade em que vive já lhe transmitiu o mesmo pensamento, mas não deseja a obediência para si. Em suma, o obediente seria mais um coitado que suporta, do que um privilegiado. Assim, concebe o poder como algo desejável para si, e como tal para todos (algo socialmente disputável). Um desejo a ser satisfeito com a rotatividade do poder (que toque a todos um dia mandar) ou a democracia (com a ilusão de que assim todos mandariam um pouco). A parte feia do poder rotativo seria o ter de obedecer para que o mecanismo possa funcionar "justamente".

Na civilização católica acredita-se o contrário: o poder é um fardo com dignidade, ao qual se pretende fugir se possível, e uma vez assumida a carga (do cargo) deve o indivíduo sujeitar-se humildemente a ele com grande responsabilidade perante Deus e perante os homens. O liberal, não chegando tão alto, menos sofisticado, mais embrutecido de espírito, infantil, acaba por confundir o cargo com ele mesmo, como se fosse um direito e nunca um dever (o que faz com que dificilmente se submeta humildemente ao cargo, e acabe por usar o cargo ao serviço dos seus gostos particulares com mais ou menos moderação).

A obediência é um bem, tanto que, um católico poderá desejar ardentemente ter a quem obedecer para mais facilmente progredir. Para podermos obedecer com maior perfeição, claridade e constância, coloca-nos Deus os nossos pais e, mais tarde os "legítimos superiores", e protegeu este bem enorme como Lei Divina. Menor sorte é a do cristão ao qual Deus não manda um instrumentos visível para se exercitar na virtude da obediência.

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