14/03/13

LUSITANAS!?... NÃO SE METAM COM ELAS (II)

(continuação da II parte)

“Exausta de mantimentos, via-se a praça de Monção obrigada a render-se pela fome. Que ideou a ladina da portuguesa? De uns restos de farinha mandou preparar uns pães; depois subiu à muralha, e uns apôs outros os atirou-os aos sitiantes, bradando que havia pão dentro da praça para dar e vender.

As armas de Monção, revelando à posterioridade o levantamento do cerco diante daquele feito, provam que Deusadeu acertou no vinte para a libertação da usa terra.
Monção
Foi isto em tempo del´Rei D. Fernando. Passados séculos, em dias de D. João IV, tornou a valentia feminina a achar-se ligada à história bélica de Monção. Pasmou um dia o exército sitiador castelhano, ao ver sair da praça, e em som de guerra, o batalhão das trinta guerreiras, levando à frente, de chuço na mão, como repto ao inimigo, a afamada Helena Peres.

(…)

E já depois da batalha, estando os nossos cercando ainda a praça de Melgaço, que presenceiam os dois exércitos? Nada menos do que uma pequenina amostra do combate dos Horácios e Curiácios. Grande ruído soa num dos pontos da muralha. Destaca-se, do lado inimigo, uma intrépida castelhana; do outro, uma portuguesa valorosa. As muitas injúrias sibilam de uma para a outra como rajadas de vento: e os punhos, de depois de se levantarem como imprecações tremendas, arremeçam-se para diante,como seno aéreo espaço cada uma supusesse já despedaçar a contrária. As línguas já não têm mais injúrias para despedir, nem os braços mais ameaças, O repto para virem às mãos rompe a final como supremo anseio. Correm então para o meio do campo. Não são duas mulheres, são duas fúrias. Têm por espectadores,; e as duas feras, primeiro com as armas, depois corpo a corpo, enovelam-se aos murros, arrancam mutuamente os cabelos na sua raiva furiosa, até que a inimiga, heróica mas vencida, é forçada a ceder a palma à nossa Inês Negra, a popular combatente de Melgaço.”

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