29/11/12

EM NOME DE UMA FALSA VERDADE

 "Vai ouvir as verdadinhas todas" - ouvimos tantas vezes dizer isto, sobretudo a rapariguinhas. Evidentemente que estas "verdadinhas" são uma deturpação do conceito "verdade", deturpação conatural ao azedume, e usada como forma cobarde de poder. Tal actitude chega a ser tão pouco caridosa que se desresponsabiliza de toda a má consequência que advenha deste dizer as "verdadinhas".  Comportamento íntimo da mesquinha irritação, por vezes acto de vingança fingidamente autorizado por suposto dever de dizer a verdade seja como for e quando for: a única regra que ali parece existir é a satisfação pessoal. Nunca essas pessoas vestem com tanto empenho a pele de "defensores da verdade"! Este uso de suposta verdade, é, ao fim e ao cabo, uma abuso contra a verdade, é uma falsidade afastada do "viver em verdade" e o "agir em verdade".

Os fins não justificam os meios, nem os meios justificam os fins... - assim o sabemos da moral.

Bem poderíamos chamar a esse mau uso da verdade "verdade de Satanás", da mesma forma que, com a factualidade e as afirmações verdadeiras, também a besta engana - e assim diz o povo: "com a verdade me enganas". Ora, a "verdade" retirada do seu contexto de bem, de amor, de beleza, de justiça, não pode ser Verdade nem produzir bem, nem justiça, nem ordem, nem beleza, nem amor. Há que distinguir, portanto, entre "verdade" de coisas como "factualidade" ou "verdadeiro".

Não pretendo fazer aqui profundas demonstrações e explicações. Apenas faço um alerta para que muitos possam sair de certos erros muito difundidos, de certos vícios muito enraizados e acalentados por certos grupos, e pela sociedade moderna em geral.

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