Há "hispanidad" e "hisspanolatria" (este é o nome que um amigo argentino usa para designar aqueles adeptos que rebaixam a hispanidad ao nível de certos erros exaltados e equivocadamente patrióticos). Muitos sem culpa e outros com culpa, os adeptos da hispanidad transmite o que lhes ensinam. Há destes alguns que até chegam a Cardeais:
"A América é a obra da Espanha. Esta obra de Espanha é essencialmente de catolicismo. Logo há relação de igualdade entre hispanidad e catolicismo, e é loucura qualquer tentativa de hispanização que o repudie [ao catolicismo]... A história da nossa velha hispanidad é essencialmente católica, e nem hoje nem nunca poderá fazer-se verdadeira hispanidad de costas para o catolicismo." (Card. Gomá, a 12 de Outubro de 1934)
|
Card. Gomá |
Todo o raciocínio do Card. Comá está certo... contudo assenta sobre premissas nada verosímeis ao dizer que a América é obra da Espanha (é um erro tão óbvio que não me parece que haja leitor com dificuldade em entender). Por outro lado, é certo que a hispanidad tem de estar sujeita ao catolicismo, ou seja, ela tem de ser regulada pelo pensamento católico, e Doutrina como sua grande Lei. É por isso que o Card. Gomá diz "... é loucura a tentativa de hispanização que o repudie [ao catolicismo]". É por isso que todos devemos dizer que, não sendo verdade que a América seja obra da Espanha, os adeptos da hispanidad (sobretudo os seus guias) devem por obrigação moral retirar este equívoco em vez de o propagarem cada vez mais.
Já vi e ouvi muito defensor da hispanidad sussurrando, declarando, cantando, gritando, e explodindo que a América central e do sul é a América Hispânica no sentido de "América Espanhola". Legitimando a usurpação que Isabel de Castela fez do nome de todo o território da Península Ibérica (Hispania, Hespanhas...etc.), atribuem erradamente ao nome "Hispânica" o significado de "espanhola" (de Espanha, nação, e não de Espanhas ou Hispania no sentido de toda a península). Esta gente cai no mesmo erro usurpador da própria rainha a qual elevam incrivelmente como santa e mãe de quase todas as maravilhas... (sobre isto já ouvi puro fanatismo que levaria à repugnância a qualquer desavisado).
Ouvi dizer a um desses inflamados da hispanidad inverosímil, e era um sacerdote, que os Jesuítas são uma obra espanhola (tentando justificar que, tendo o Brasil sofrido uma parte significativa da Evangelização por mão jesuíta, seria o Brasil praticamente castelhano...eles bem tentam...). Este muito instruído sacerdote espanhol não sabia qual tinha sido o primeiro Rei a promover o Jesuítas e a possibilitar o seu grande desenvolvimento, pois a hispanidad afinal tem ocultado todos os "inconvenientes" na instrução que dá, não fosse tal Rei português.
Apoio a ideia de hispanidad e até um determinado programa seu. Contudo, como católico, faço saber que é de MORAL que tal hispanidad não pode dizer-se católica ao mesmo tempo que não exclui de si aqueles erros que a estragam e só têm servido o vão orgulho de adeptos mais eufóricos. Tais erros não podem ser vistos como "dogmas da hispanidad" por serem uma contradição com os fundamentos católicos, e que foram referidos pelo Cardeal Gomá... há que excluir-los.
Em frente...
Sem comentários:
Enviar um comentário