Quero salientar deste dia o aniversário da coroação da Imaculada Conceição como Rainha e protectora de Portugal (pelo Rei D. João IV) e comemoramos também a partida de D. Marcel Lefebvre, insigne defensor da ortodoxia da Santa Igreja.
Vila Viçosa, onde se encontra o Santuário Nacional, dedicado à Imaculada Conceição, foi iniciado como modesto tempo mandado construir, nada mais nada menos, que por D. Nuno Alvares Pereira (o Santo Condestável de Portugal).
“Cortes
de Lisboa principiadas a 28 de Dezembreo de 1645, e acabadas a 16 de Março de
1646. Nelas fez a Oração da abertura o Bispo Capelão Mór. (Collecç. Da Acclamaç.
Do Monsenhor Hasse, T. II, n.1) (…) Nestas Cortes foi tomada a Senhora da
Conceição por Padroeira do Reino com 50 cruzados de ouro de censo à sua Imágem
de Vila Viçosa, e se mandou jurar a mesma Conceição, como consta da Carta de 25
de Março de 1546. (Liv. V das Propr. Pag 361, e Liv. II das Chap. Pag. 104 v)”
(Memórias de Literatura Portuguesa, Vol II, pag. 104)
Copio o artigo da Real Associação do Médio Tejo:
"Em 25 de Março de 1646 sob proposta do Rei D. João IV, as Cortes reunidas aprovaram a escolha doSantuário de Vila Viçosa para sede e solar da Padroeira de Portugal - Nossa Senhora da Conceição.
Foi aquele mesmo Rei que consagrou a Nação Portuguesa a Nossa Senhora da Conceição e A proclamou nossa Padroeira e Rainha. São do seguinte teor as palavras da provisão régia datada, precisamente, de 25 de Março do ano acima referido:
"Estando ora juntos em cortes com os três estados do Reino lhes fiz propor a obrigação que tínhamos de renovar e continuar esta promessa (de D. Afonso Henriques) e venerar com muito particular afecto e solenidade a festa de Sua Imaculada Conceição. E nelas, com parecer de todos, assentámos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição… e lhe ofereço de novo… à Sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta escudos de oiro, em cada um ano em sinal de Tributo e Vassalagem…"
Desde a eleição da Padroeira, os Reis de Portugal nunca mais colocaram a coroa na cabeça. Em ocasiões solenes, era ela depositada sobre uma almofada, ao seu lado direito da Imagem.
Convém ainda recordar que no dia 28 de Julho de 1646, a Universidade de Coimbra prestou também o solene juramento determinado pelo Rei em carta de 17 de Janeiro do mesmo ano de 1646.
Em Setembro desse mesmo ano foram expedidas cartas para todas as Câmaras do país para que as autoridades e clero rectificassem o acto das Cortes.
Diz o cronista que "em cumprimento da ordem régia, celebraram-se nas cidade e vilas imponentes solenidades a que os povos se associaram com o maior entusiasmo".
Em 1648 D. João IV mandou cunhar medalhas de ouro e prata que correram como moeda, em honra da Padroeira de Portugal, tendo no reverso a imagem de Nossa Senhora da Conceição coroada de sete estrelas sobre o globo e a meia-lua, tendo aos lados o sol, o espelho, a casa de ouro, a arca da aliança, o porto e a fonte selada com a legenda: Tutelaris Regni. Foi, até, com duas destas moedas em ouro que o Rei pagou, nesse ano, o tributo prometido ao Santuário de Nossa Senhora de Vila Viçosa.
Mais tarde a 30 de Junho de 1654 o rei mandou expedir à Câmaras uma nova carta em que determinava que em todas as portas e entradas das cidades, vilas e lugares do Reino se pusesse, em uma pedra bem lavrada, a inscrição em latim que lembrava a resolução tomada pelo Rei e Cortes Gerais em 1646 de eleger Nossa Senhora como Padroeira de Portugal e de defender com juramento o privilégio de Sua Imaculada Conceição.
É curioso e muito significativo chamarmos aqui a atenção para o facto de que só 200 anos depois é que o Papa Pio IX definiu solenemente em Roma o mesmo privilégio de Nossa Senhora, como dogma de fé universal. Também não podemos deixar de referir que uma prestimosa instituição nacional que foi criada, a 8 de Dezembro de 1720, precisamente, em homenagem à Padroeira, a Academia Real de História.
Enfim, Nossa Senhora da Conceição tem sido através dos séculos, a honra e a glória da Nação e do Povo Português."
Quis Deus que neste dia 25 de Março viesse ao mundo S. A. R. o Príncipe da Beira e Duque de Barcelos D. Afonso de Bragança. Contento-me por viver e ter nascido em Portugal no Principado da Beira. Que Deus lhe dê longa vida e que venha a conhecer um dia e em profundidade a Doutrina de sempre que hoje anda tão "oficialmente" ocultada. E que faça sentido e apelo ser hoje o dia em que o grande defensor da ortodoxia católica partiu para a glória celeste, D. Marcel Lefebvre.
O Príncipe da Beira e legítimo sucessor, D. Afonso de Bragança, hoje aniversariante. |
É sem dúvida um dia de grandes "coincidências" (dirão alguns) que são sinais para os mais cautelosos e tementes a Deus.
Todos estes assuntos são dignos não só de trato mais demorado para melhor proveito de todos. Voltaremos a eles.
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