Em tempos idos eram feitas magníficas construções provisórias em madeira. Em Portugal mantinha-se o bom-costume de, após a bênção da primeira pedra de um templo, não o deixar à chuva desrespeitando-o. O solo sagrado era assim coberto por uma réplica em madeira do templo acabado. Ia-se então substituindo a madeira por pedra. Os maiores templos, e os melhor patrocinados, tinham a sua réplica em madeira, com muita fidelidade nos pormenores.
Era frequente haverem palácios provisórios construídos em madeira quando, por exemplo, haviam calamidades como terremotos e incêndios. A conhecida Real Barraca, em Lisboa, ficou para a história como um exemplo disso.
Recolhi da Biblioteca Nacional as informações que vos deixo sobre a Real Barraca:
Igreja, capelas, e respectivas serventias |
Jardins |
Planta geral |
Diz uma posterior (acrescento) legenda na planta: "Paso Real incendiado edificado depois do Terremoto de 1755 no Alto da Ajuda dicto vulgarmente a Barraca: no mesmo sitio prezentemente se está construindo o novo Palacio comesado pelo Arquitecto Manuel Caetano de Souza Coronel do Real Corpo de Engenheiros"
"Provável planta original à qual terá sido acrescentada (entre 1774-77?), a legenda remissiva identificativa do uso das salas . Data da legenda remissiva (entre 1774 e 1777?) atribuída conforme a conclusão da análise dos dados da própria legenda, nomeadamente, segundo o n.º 7 ("Coarto do Principe e do S.r Infante q. esta no seu", ref. ao Príncipe D. José e ao Infante D. João, futuro D. João VI) e n.º 2 ("Coarto do Serenissimo S.r Infante D. Pedro", futuro D. Pedro III): D. João terá deixado os aposentos da senhoras com sete anos, à semelhança de D. José, portanto em 1774 e, por outro lado, D. Pedro apenas até 1777 seria referido como Infante. O facto de ser ainda assinalado nas legendas o quarto de "Pedro José Porteiro da Camara" (Pedro José da Silva Botelho, falecido em 1773) poderá corresponder à permanência do nome pelo qual o quarto ficou a ser conhecido mesmo depois do desaparecimento daquele, como aconteceu em outras dependências do palácio (cf. Abecasis, p. 61). - Segundo C. V. Machado, o traçado da Real Barraca e respectiva Capela Real, ficou a dever-se a J. C. Bibiena, falecido em 1760. - Escala: "0-400 Pallmos". - Planta da construção de madeira (no local do actual Palácio da Ajuda), de provável piso térreo , que alojou a Família Real a seguir ao Terramoto, desde finais de Julho de 1756 (cf. Abecasis, p. 18) até 1794 (data em que ardeu excepto a Livraria, a Sala dos Serenins, a Capela, a Sala da Física, cf. Abecasis, p.147 ), com detalhada legenda remissiva identificativa do uso (53 legendas com numeração remissiva e mais seis, na própria planta, sem numeração:
"Pateo que pertence ao Paso Velho",
"Pateo" (vários),
"Casinha das Senhoras",
"Corpo da Guarda",
"Transito da portaria particular" e legenda de difícil leitura junto do n.º 52).
Vestígios subjacentes a lápis de uma diferente numeração das salas e de esboços nos pateos junto ao n.º 43 e 45. - Pela análise desta planta poderá concluir-se que o edifício teria um único piso ligeiramente sobrelevado, sobretudo do lado Poente, para compensar desníveis: algumas das escadas existentes poderiam, também, constituir acessos ao sótão da cobertura . - A planta e alçado da Real Barraca (Acad. Nac. de B. Artes), referidos e reproduzidos por G. de Matos Sequeira (ob. cit.), não são outra versão da planta acima descrita: trata-se, respectivamemnte, de uma sobreposição dos perímetros das duas plantas (Real Barraca e Palácio da Ajuda, com escala) e de uma simples representação do alinhamento da fachada Sul da Real Barraca que, pela desproporção, não se apresenta fiável. - Data da planta interrogada, tribuída segundo o início da construção (1755) e a data (aproximada) da marca de água (ca 1769). - Carimbo da BNP utilizado a partir de 1836 (até 1910). - Marca de água: flor-de-lis dentro de escudo coroado, com borla e nome de fabricante "J. Honig & Zoon[en]", com data aproximada de ca 1769 (cf. Edward Heawood - Watermarks, 1950, n.º 1840) . - Cirilo Volkmar Machado - Collecção de memórias... 1922,, p. 151. - A. Aires de Carvalho - Catálogo da colecção de desenhos. BN, 1977,, n. 631. - Sociedade Portuguesa de Estudos do Século XVIII- No 2.º Centenário da Morte do Príncipe D. José (1761-1788). Lisboa,, p. 9, p.35. - Maria Isabel Braga Abecasis - A Real Barraca... Lisboa, 2009. - G. de Matos Sequeira - O Palácio Nacional da Ajuda, 1961,, p. 10-16. -
Legenda remissiva numérica com ortografia actualizada:
1. Sala dos Archeiros;
2.Quarto do Sereníssimo Senhor Infante D. Pedro;
3. Quarto d¹El-Rei N.S.;
4. Quarto da Rainha N.S.;
5. Quarto da Princesa;
6. Quarto das Senhoras Infantas;
7. Quarto do Príncipe e do Senhor Infante que está no seu;
8. Sala do Porteiro da Cana;
9. Sala dos Viadores;
10. Salas do Donzel d¹El-Rei N.S.;
11. Sala do Donzel da Rainha N.S.;
12. Salas do Donzel da Princesa;
13. Sala de passagem para a Sala do Donzel da Princesa;
14.Oratório;
15. Tribuna;
16. Sala da Mesa de Estado;
17. Camaristas;
18. Viadores;
19.Estêvão Pinto;
20. Tapeçaria;
21. Adro da Capela;
22. Igreja da Capela;
23. Livraria;
24.Tesouro;
25. Casa da Cera;
26. Quartos de Porteiros da Cana, Reposteiros, Varredores;
27. Conselho de Estado;
28. Confessor d¹El-Rei N. S.;
29. Confessor da Rainha N. S.;
30. Confessor da Princesa;
31. Pedro José Porteiro da Camara;
32. Guarda-roupa d¹El-rei N. S.;
33. Domingos Carvalho;
34. Guarda-roupa do serviço do Senhor Infante D. Pedro;
35. Cirurgiões da Camara;
36. Médicos da Camara;
37. Sargento-Mor Francisco [Fernando?] da Cunha;
38. Casa do Porteiro das Damas;
39. Portaria das damas;
40. Portaria Alta;
41. Quarto da Camareira-Mor;
42. Casas para a Marquesa aia que se não fizeram;
43.Casa da Espera da Rainha N. S.;
44. Casa da Música;
45. Guarda-roupas da Rainha N.S. e Princesa com pavimento superior;
46. Guarda-roupas das Senhoras;
47. Guarda-roupas da Princesa;
48. Camareira-mor;
49. Quartos das criadas;
50. Cozinhas;
51. Cozinhas novas;
52. Quarto das damas com pavimento superior;
53. Jardim das Senhoras.
Legendas dispersas na própria planta:
Pátio [vários];
Pátio que pertence ao Paço Velho;
Casinha das Senhoras;
Transito da Portaria Particular;
Corpo da Guarda; [anotação de difícil leitura junto ao n.º 52].
A Real Barraca (levantamento da fachada Sul) está assinalada na Vista de Lisboa, 1763,de Bernardo de Caula, n.º 34 da respectiva legenda remissiva." (Biblioteca Nacional)
"Pateo que pertence ao Paso Velho",
"Pateo" (vários),
"Casinha das Senhoras",
"Corpo da Guarda",
"Transito da portaria particular" e legenda de difícil leitura junto do n.º 52).
Vestígios subjacentes a lápis de uma diferente numeração das salas e de esboços nos pateos junto ao n.º 43 e 45. - Pela análise desta planta poderá concluir-se que o edifício teria um único piso ligeiramente sobrelevado, sobretudo do lado Poente, para compensar desníveis: algumas das escadas existentes poderiam, também, constituir acessos ao sótão da cobertura . - A planta e alçado da Real Barraca (Acad. Nac. de B. Artes), referidos e reproduzidos por G. de Matos Sequeira (ob. cit.), não são outra versão da planta acima descrita: trata-se, respectivamemnte, de uma sobreposição dos perímetros das duas plantas (Real Barraca e Palácio da Ajuda, com escala) e de uma simples representação do alinhamento da fachada Sul da Real Barraca que, pela desproporção, não se apresenta fiável. - Data da planta interrogada, tribuída segundo o início da construção (1755) e a data (aproximada) da marca de água (ca 1769). - Carimbo da BNP utilizado a partir de 1836 (até 1910). - Marca de água: flor-de-lis dentro de escudo coroado, com borla e nome de fabricante "J. Honig & Zoon[en]", com data aproximada de ca 1769 (cf. Edward Heawood - Watermarks, 1950, n.º 1840) . - Cirilo Volkmar Machado - Collecção de memórias... 1922,, p. 151. - A. Aires de Carvalho - Catálogo da colecção de desenhos. BN, 1977,, n. 631. - Sociedade Portuguesa de Estudos do Século XVIII- No 2.º Centenário da Morte do Príncipe D. José (1761-1788). Lisboa,, p. 9, p.35. - Maria Isabel Braga Abecasis - A Real Barraca... Lisboa, 2009. - G. de Matos Sequeira - O Palácio Nacional da Ajuda, 1961,, p. 10-16. -
Legenda remissiva numérica com ortografia actualizada:
1. Sala dos Archeiros;
2.Quarto do Sereníssimo Senhor Infante D. Pedro;
3. Quarto d¹El-Rei N.S.;
4. Quarto da Rainha N.S.;
5. Quarto da Princesa;
6. Quarto das Senhoras Infantas;
7. Quarto do Príncipe e do Senhor Infante que está no seu;
8. Sala do Porteiro da Cana;
9. Sala dos Viadores;
10. Salas do Donzel d¹El-Rei N.S.;
11. Sala do Donzel da Rainha N.S.;
12. Salas do Donzel da Princesa;
13. Sala de passagem para a Sala do Donzel da Princesa;
14.Oratório;
15. Tribuna;
16. Sala da Mesa de Estado;
17. Camaristas;
18. Viadores;
19.Estêvão Pinto;
20. Tapeçaria;
21. Adro da Capela;
22. Igreja da Capela;
23. Livraria;
24.Tesouro;
25. Casa da Cera;
26. Quartos de Porteiros da Cana, Reposteiros, Varredores;
27. Conselho de Estado;
28. Confessor d¹El-Rei N. S.;
29. Confessor da Rainha N. S.;
30. Confessor da Princesa;
31. Pedro José Porteiro da Camara;
32. Guarda-roupa d¹El-rei N. S.;
33. Domingos Carvalho;
34. Guarda-roupa do serviço do Senhor Infante D. Pedro;
35. Cirurgiões da Camara;
36. Médicos da Camara;
37. Sargento-Mor Francisco [Fernando?] da Cunha;
38. Casa do Porteiro das Damas;
39. Portaria das damas;
40. Portaria Alta;
41. Quarto da Camareira-Mor;
42. Casas para a Marquesa aia que se não fizeram;
43.Casa da Espera da Rainha N. S.;
44. Casa da Música;
45. Guarda-roupas da Rainha N.S. e Princesa com pavimento superior;
46. Guarda-roupas das Senhoras;
47. Guarda-roupas da Princesa;
48. Camareira-mor;
49. Quartos das criadas;
50. Cozinhas;
51. Cozinhas novas;
52. Quarto das damas com pavimento superior;
53. Jardim das Senhoras.
Legendas dispersas na própria planta:
Pátio [vários];
Pátio que pertence ao Paço Velho;
Casinha das Senhoras;
Transito da Portaria Particular;
Corpo da Guarda; [anotação de difícil leitura junto ao n.º 52].
A Real Barraca (levantamento da fachada Sul) está assinalada na Vista de Lisboa, 1763,de Bernardo de Caula, n.º 34 da respectiva legenda remissiva." (Biblioteca Nacional)
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