01/12/11

"HOLOCAUSTO" É DOGMA?

Parece que certos membros da hierarquia da Igreja Católica cada vez mais apresentam o "holocausto" como assunto que há de ser intocável aos católicos.

Em primeiro lugar há que analisar que tipo de matéria é esta do "holocausto". Em segundo lugar, há que saber que tipo de assuntos pertencem à hierarquia católica defender e reprovar, e em que grau:

1 - O "holocausto" é um assunto que deve ser primeiramente abordado sobre o ponto de vista das ocorrências históricas e pelos mesmos princípios e métodos que os historiadores têm usado ao longo dos tempos tanto para os casos mais simples como para os mais complexos.

O estudo e investigação da História tem metodologias, debruça-se sobre dados objectivos e faz a apreciação do todo dos dados ao seu alcance. Há certamente casos de insuficiência de elementos que levem a não poder concluir certas investigações. O que nunca se achou certo, e é contra os princípios da honestidade (moral) e da investigação científica, é a recusa de informação válida por contradizer um pré-julgamento ou uma anterior conclusão. O objecto da História são os acontecimentos passados e não uma determinada versão desses acontecimentos. O próprio "positivismo científico", o que costumam chamar hoje de "ciência" sabe que a possibilidade de erro existe no domínio humano e, por isso, conta com a revisão e reformulação das suas descobertas sempre que encontrar nelas imperfeições, ou as abandonaria caso fossem erradas.

O tema "holocausto", como qualquer outro assunto sério que se diga "histórico", não deve ser produto de interesses nem da parcialidade, e deve contar com a leitura feita da totalidade e da qualidade dos dados existentes. A dogmatização deste tema é tanto mais ofensivo quanto menos seriedade for dada ao todo da informação comprovada.

O "holocausto" deve estar sujeito aos esforços da verdade histórica, ou então não poderá ser tido como fiável historicamente. Há então que definir, de uma vez por todas, se este é um tema para ser considerado historicamente ou não.

2 - Qualquer acontecimento histórico pode ser abordado moralmente, ou seja, ser sujeito à apreciação moral e dos bons-costumes, tal como qualquer situação fictícia o pode ser também. Contudo, a investigação das ocorrências históricas não pertencem de modo algum à Fé, nem à moral, nem aos bons-costumes.

Pertence à Santa Igreja, por exemplo, defender a autenticidade dos Evangelhos quanto às ocorrências históricas, pois é de Fé que a Bíblia é inspirada por Deus. Segundo o que ensina a Santa Igreja não pode um católico negar tal coisa e manter a Fé.



Os temas históricos, em si, não são assunto de Fé, nem Doutrinal, não fazem parte da moral nem dos bons-costumes, nem são sequer de ordem disciplinar. Mas, se um católico consentir ou colaborar para diminuir ou romper o compromisso com a verdade na investigação histórica estamos perante uma afronta moral. E se, em resultado disso, ficar implicado o bom-nome de uma nação ou de seus cidadãos, estamos perante um crime que até as sociedades modernas não terão dificuldade em reconhecer. A um católico muito menos, não é permitido cooperar com tal situação e, pelo contrário tem de estar no lado oposto dessa situação. Permitir ou colaborar com uma mentira histórica que implique o bom nome de outrem ou o bom nome de uma nação vai contra o mandamento de "não levantar falsos testemunhos".

Não levantar falsos testemunhos...

Este artigo está etiquetado com os seguintes títulos:
Enfim..., Ideologia Dominante, Modernismo na Igreja, Igreja Ocupada, Verdade.

2 comentários:

macromild81@gmail.com disse...

Concordo contigo....em gênero, número é grau. Analisando o holocausto sob a ótica científica a versão contada não se sustenta, mas...deixa pra lá, afinal dogma não se discute.

anónimo disse...

Caro Marcelo Assiz,

pois sim. Se é história deve ser estudado por historiadores como história; e deve ser possível discutir as matérias também quando elas não apontem para a versão original. Deveria ser proibido proibir estudos abertos e sérios, fosse para qual lado fosse.

Volte sempre.

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