28/05/11

COLECTA PARA A MISSA DA FESTA DO "BEATO" JOÃO PAULO II


Hoje fui a uma missa Novo Ordo por certo acontecimento familiar. Não me chocou tanto que a acólita estivesse mal penteada, mas estive a tentar concentrar-me no meu terço. Contudo, ali onde estava,ao fundo daquela igreja barroca constuida para uma só Doutrina e para o Rito Romano de S. Pio V, com uma antiga imagem do Santo Condestável de armadura e bandeira, encomodou-me o que ouvi do sermão e as partes sacrílegas que o Novo Ordo faz questão de assegurar (muito disso me escapou por estar a rezar). Lá acabei o terço, acabáram o Novo Ordo, rumamos ao cemitério.

À imagem de uma outra pregação idêntica, na mesma igreja, embora por sacerdote diferente (ordenados ambos antes do CVII), foi pregada uma nova doutrina: para merecer ir ao céu bastariam as boas obras, sem mais. À ausência da explicação de "boas obras" ficou, por um lado, ao encargo de cada qual (certamente conforme o que a sociedade nestas últimas décadas tem entendido por "boas obras") e por outro lado foram dados exemplos que reforçam esse mesmo conceito de "boas obras": ser generoso, ajudar as pessoas (no sentido não católico), ser trabalhador etc... Em suma, as "boas práticas" e as "boas obras" estão hoje tão confundidas que se pregam indiferentemente de todo o tipo de ambões com a novidade de ser o mundo profano que dita a hermenêutica para lex orandi .

Na verdade não basta um somatório de boas obras (no sentido católicos que ali foi esquecido) para salvar a alma.

E foi assim que vi cridos familiares receberem naquela igreja, por boca de verdadeiros sacerdotes, tais novas doutrinas em detrimento da Doutrina. E houve quem manifestasse depois inteira concordância com essas ideias, parece-me até que apenas algumas velhinhas ignorantes têm alguma imunidade a esta formação meramente humana: tanto que algumas, "ignorantes senhoras" (mais ou menos assim são achadas pelos doutos da nova doutrina), rezam o terço nestas missas. Eu, a quem os doutos não querem ensinar, fiz o mesmo: rezar o terço... 


Depois de me despedir da família votei a casa e recebi notícias, daquelas que se amontoam todos os dias dando conta do crescente grau de auto-demolição na Santa Igreja. Tudo isto doí e afecta toda a vida, desde o pessoal ao social, não admira pois que já se usem formas mais originais de se dizer tudo isto. E foi no meio destas notícias que se destacou uma inteligente síntese do problema: 



"Proposta, feita por (nome da pessoa) para a colecta da Missa da festa do Beato João Paulo II:

Colecta

Oh Deus que ilustraste esta vossa igreja, por intermédio do bem-aventurado João Paulo, com a luz de uma nova doutrina, libertando-a assim do obscurantismo que a oprimia desde os tempos apostólicos, concede-nos propício que, por sua intercessão, alcancemos, como nos é devido, a liberdade, igualdade e fraternidade para todos os povos, na Terra.

Vós que, sendo o mesmo Deus dos nossos Irmãos Maiores na fé, viveis e reinais, como Grande Arquitecto do Universo, por todos os séculos dos séculos. Ámen."

Esta síntese em forma de colecta, feita por um amigo católico (um não modernista), não a faria eu melhor. Diz tudo, e completa aquilo que hoje presenciei naquela igreja paga no passado por famílias então de uma só Doutrina...

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