13/04/11

"ROMA - ROMA ETERNA" (IV)



 "ROMA"
(Ano IX - nº 39. Junho 1975)



As Nações Unidas Ao Serviço da URSS

"Genebra (Le Figaro). No recinto das Nações Unidas, em Genebra. foi proibida a venda de "Arquipélago Gulag". Foram retirados das estantes todos os exemplares desta obra de Aleksander Solzhenytsin. A livraria Naville, que explora vários quiosques no Palácio das Nações, afirma ter recebido ordens formais e escritas por parte da direcção das Nações Unidas. Dado que a organização internacional é soberana no sector "extraterritorializado", a livraria viu-se forçada a aplicar esta censura.
Esta medida discriminatória deu-se a conhecer no preciso momento em que, no mesmo Palácio das nações, se instalaram os serviços da divisão de direitos humanos. Estranha coincidência e singular maneira de distinguir esta transferência de Nova York a Genebra.
Em Paris, na sede da UNESCO, segue-se uma prática ligeiramente distinta, depois da intervenção da embaixada da União Soviética. Foi retirado o "Arquipélago Gulag" das prateleiras da exposição e estantes de publicidade. O livro, não obstante, encontra-se disponível. É vendido dissimuladamente dentro de bolsas de papel." ("La Nación", junho 9 de 1974)


Condenação de Outro Sacerdote Católico na URSS

"Moscovo (UP). Um sacerdote católico foi condenado, acusado de violar as leis religiosas soviéticas porque ensinou a religião católica, segundo informou o jornal "Lvovskaya Pravda", de Lvov.
O diário, na sua edição de 20 de agosto último, que chegou hoje a Moscovo, disse que o padre Bernard Mitskevich, de 44 anos de idade, "recebeu o castigo que merecia".
No entanto o jornal não especifica em que consistiu o castigo ainda que nestes casos a condenação costume ser de vários anos de prisão em campos de concentração de trabalhos forçados." ("La Prensa", agosto 28 de 1974)


A Situação Dos Cristãos em Israel

"Paris (AICA). O diário "Le Monde" tem numa das suas últimas edições uma nota onde se lê:
Um sacerdote de um povoado da Galileia, diz: somos homens sem voz, um povo tão despersonalizado que já não temos nada a perder.
Está em perigo neste país a existência dos cristãos? Isto é o que confirma um membro da hierarquia. Desde 1948, o número dos cristãos passou de 300.000 para menos de 100.000. Estamos doentes, diz. Não temos os mesmos direitos que os judeus, e isso aparece até na carta de identificação, onde consta a cifra 2 em vez de 1. Somos vítimas de uma discriminação de facto, e por este motivo os cristãos preferem a emigração à sobrevivência.
Um médico declara: Nós converteram em indesejáveis, em estrangeiros na nossa própria pátria, na qual estávamos já há muito tempo antes dos judeus. É necessário se heróico para ficar aqui, enquanto que não é mais possível reter os jovens, principalmente os mais instruídos.
Os judeus não são admitidos nas profissões técnicas. Um embrião universitário de inspiração cristã começou em Belém em 1973, mas o seu futuro é incerto.
Os cristãos em Israel são por volta de 100.000. Arabófonos, a maioria, são descendentes das primeiras comunidades da Palestina bizantina, antes da conquista islâmica no séc. VII. Os católicos estão distribuídos da forma seguinte: 25.000 no rito latino, 28.000 no rito grego, 3.000 maronitas e algumas centenas de arménios, sírios, caldeus, coptos e rutenianos." (Boletim AICA", nº 921, setembro 15 de 1974)


Se Isto Não é Traição!...

"Mons. Zacchi, encarregado de negócios do Vaticano na Havana, recentemente nomeado Núncio, declarou: "Os católicos cubanos devem ser revolucionários e devem pertencer às milícias, porque os católicos devem ser sempre um exemplo, onde quer que estejam, e devem ser os primeiros a responder a qualquer apelo do governo em favor do povo [...]. Cuba é hoje uma grande família na qual as crianças estão trabalhando para um futuro de absoluta felicidade" ("Zig-Zag", de Maiami, U.S.A.. Janeiro 18 de 1974. Reprodução de "Cristiandad", Casilla 6503, La Paz, Bolívia, ano 1, nº 2 novembro/dezembro de 1974)

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