(Capítulo V)
"A Queda"
Recapitulação
Na escala dos seres – desde a matéria até Deus – encontram-se o Anjo e o homem. A história tanto dos Anjos como a dos homens, mostra-nos sua elevação ao estado sobrenatural e sua queda.
1. Enquanto aos Anjos, nem todos caíram. Os rebeldes foram condenados ao inferno e são demónios, que nos assaltam com tentações. Por sua vez os Anjos, fieis à provação, são eternamente bem-aventurados na felicidade sobrenatural e muitos deles são nossos custódios. Devemos afastar os ataques dos primeiros, e por sua vez recorrer e invocar aos Anjos Custódios.
2. Também o homem foi criado, elevado à ordem sobrenatural e submetido a uma prova.
Os nossos progenitores representavam toda a humanidade e tinham três classes de dons: a) naturais; b) preternaturais; c) sobrenaturais. Tendo-se rebelado contra Deus, perderam para si e para toda a sua descendência os dons preternaturais e sobrenaturais. Por isto nós nascemos com o pecado original, ou seja, sem graça que deveríamos ter. Vimos assim ao mundo, não com uma natureza divinizada, mas com uma natureza caída.
.3. A gravidade do pecado dos progenitores e de todo o pecado grave, se é finita sob o aspecto do sujeito e é indefinida relativamente aos afectos, resulta infinita em relação a Deus.
Na verdade, a gravidade da culpa, guarda também a proporção da dignidade da pessoa ofendida; e sendo Deus – ou seja, Infinito – a pessoa ofendida, é evidente que a gravidade de um pecado mortal é de certa forma infinita.
Por conseguinte, o homem caído achar-se-á impossibilitado de reparar adequadamente o mal feito e as suas desastrosas consequências, já que não há proporção entre as suas forças finitas por um lado, e a gravidade do pecado, como também, por outro, à ordem sobrenatural perdida.
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