Onde estão hoje as boas referências a S. Manços? " - Não vende...!" Como assim!?
Os alfarrabistas não lucram com ortodoxos livrinhos do catolicismo (obras menores, ou difusão religiosa). Retirados das casas, acabam por ir estes livros parar a antiquários, ou alfarrabistas, no meio de outros tantos, ao lote, ou ao quilo. São os outros escolhidos para venda ao público, entram em circulação. Mas, geralmente, o pequeno livro ortodoxo do catolicismo, o qual, melhor que muitos outros é testemunho daquilo que em Portugal sempre antecedeu as leis e a vida social e política (antes do tempos das ideologias conturbantes), desaparece... (nem registos ficam para poupar a historiografia de intermináveis mediocridades interpretativas, de que as gerações pós Liberalismo estão destinadas).
Os alfarrabistas não lucram com ortodoxos livrinhos do catolicismo (obras menores, ou difusão religiosa). Retirados das casas, acabam por ir estes livros parar a antiquários, ou alfarrabistas, no meio de outros tantos, ao lote, ou ao quilo. São os outros escolhidos para venda ao público, entram em circulação. Mas, geralmente, o pequeno livro ortodoxo do catolicismo, o qual, melhor que muitos outros é testemunho daquilo que em Portugal sempre antecedeu as leis e a vida social e política (antes do tempos das ideologias conturbantes), desaparece... (nem registos ficam para poupar a historiografia de intermináveis mediocridades interpretativas, de que as gerações pós Liberalismo estão destinadas).
“Quem é S. Manços, mãe?”. Em 2013 a jovem mãe responderá “vai ao Google”, ou “é uma terra lá no Alentejo”. No Google não encontrará, ninguém sabe já, o alfarrabista colocou fora livros que tinham a resposta, mas que o mercado não conhece sequer.
Que fazer? Colocar na internet os sábios textos antigos de Portugal, claro, de Portugal católico, porque não há outro Portugal real, é uma das soluções.
PASTORAL
Pelo Regresso das Relíquias de S. Manços
(13 de Outubro de 1591)
"Dom Teotónio de Bragança por mercê de Deus, e da Santa Igreja de Roma Arcebispo de Évora [Portugal], etc. A todas as pessoas Eclesiásticas e Seculares deste nosso Arcebispado, Saúde em Jesus Xpo nosso Salvador. Fazemos saber que
uma das principais causas da ausência de nossa igreja foi procurar por toda as vias de alcançar parte do corpo de São Mancio seu primeiro Bispo: o qual sendo Romano de nação, achando-se na cidade de Jerusalém no tempo de Cristo nosso Senhor, vendo seus milagres, e ouvindo sua doutrina se converteu, e foi um dos principais ministros que assitiram ao solénissimo ofício em que o Redentor do mundo lavou os pés a seus Discípulos, e vindo a estas partes de Espanha [península ibérica], em este Reino [Portugal], principalmente na cidade de Évora pregou a lei Evangélica, e deu seu sangue em testemunho da verdade, alcançando gloriosa coroa de martírio. E seu corpo foi posto na capela, que ora se chama de São Manços três léguas desta cidade: e estando ali depositado por muitos tempos, como consta de instrumentos públicos de muita autoridade e crédito, no tempo que os Mouros entraram Espanha [península ibérica] foram levadas estas santas Relíquias às Estúrias, e depois da tomada de Évora aos Mouros, trazendo-se para se restringirem à sua igreja donde foram tiradas, as assaltou Dom Telo de Meneses Genro de Dom Sancho Rei de Portugal, senhor em terra de Campos, oito léguas de Valledolid: e ficando-se com elas fundou um mosteiro da ordem de são Bento, a que pôs nome de são Mancio, e lhe dotou uma Vila sua, a que chamou Vila nova de são Mancio, e outras muitas propriedades, como consta das doações e instrumentos públicos que o dito Dom Telo de Meneses lhe fez: e considerando nós as muitas razões que havia para não faltar nesta cidade e Arcebispado um tão grande penhor do amor que este santo Bispo teve às suas ovelhas, e para com a presença de suas santas Relíquias se exercitarem a glorificar a divina bondade, e se espertasse a memória dos muitos benefícios que recebemos por este meio para os saber estimar e agradecer quanto em nós for, e o obrigarmos mais a ser nosso intercessor e protector recorrendo a ele em nossas necessidades como a padroeiro nosso diante da divina Magestade, procurámos por meio del Rei Dom Filipe meu Senhor alcançar este grande Tesouro: o qual por fazer mercê a estes seus Reinos, e em especial a esta cidade e Arcebispado, o mandou pedir com muita instância, e tem em seu poder com muita devoção e veneração, para de sua Real mão no-lo entregar, que espero levar com ajuda de nosso Senhor. E porque a mercê é tão qualificada, e está já alcançada de Deus nosso Senhor, como principal autor de todos os bens, temos obrigação de lhe dar graças por ela. Pelo que ordenamos que logo na nossa Sé se fizesse como se fez uma solene procissão, onde junto o nosso Reverendo Cabido com mais Cleresia e Religiosos, e com os Governadores da cidade, se lhe deram públicas graças: e pois a mercê é tão geral e feita especialmente a nossas ovelhas, encomendamos muito a todos os Superiores, e Superioras dos mosteiros deste Arcebispado, e a todos os Vigairos, Priores, e Reitores da dita cidade, e mais Vilas, Lugares do dito nosso Arcebispado, que tanto que esta nossa peovisão lhes for mostrada, em um dia de guarda a publiquem ao povo, e ordenem uma procissão de te Deum Laudamus, com toda a devoção, e solenidade possível, dando graças a nosso Senhor por esta mercê, e rogando por o acrescentamento da vida, e estados del Rei meu Senhor, por cujo meio se alcançou. Dada em Évora sob sinal somente do Licenciado Diogo Nunes Figueira nosso Secretário, e Governador por nós do nosso Arcebispado, aos vinte e três de Outubro. Francisco Vogado Marreira a fez por nosso mandado de MDLXXXXI."
Sem comentários:
Enviar um comentário