(continuação da I parte)
Mons. Lefebvre durante o Concílio Vaticano II (Praça de S. Pedro - Vaticano) |
Não haja dúvidas de que o
emudecimento a respeito da eliminação apologética é coerente com o ataque contra
quem aponte as causas da eliminação, ainda que tal emudecimento não obrigue ao
ataque. D. Marcel Lefebvre, geralmente apresentado como o denunciador daquelas
causas, não será também uma pedra no
sapato dos “mudos”?
O leitor médio, ao iniciar o “O
Caso Lefebvre”, certamente esperará conhecer os motivos dados pela personagem
em estudo e, em caso do autor querer também fazer os seus juízos, esperará
ouvir a argumentação contrária. Mas onde estão nesta obra os motivos apresentados
por D. Marcel Lefebvre? Não estão! E onde estão as refutações de D. Estêvão?
Não estão!
No momento em que se esperava do “grande
apologeta” brasileiro do pós-concílio o maduro uso da Apologética, da lógica,
da filosofia, da teologia, a “montanha pariu um rato”. Depara-mo-nos com um
texto romanceado, com recurso a alguns factos reais, mais ao gosto do público de
tele-novelas e bem adaptado aos tempos “pós-conciliares”. Apologética? Nada… e
é realmente uma pena ter havido esta oportunidade de, lado a lado, ficarem
expostos os motivos apresentados pelo Arcebispo D. Marcel Lefebvre e as
próprias convicções de D. Estêvão.
Na Síntese, no início do artigo, o autor acaba por revelar a sua
teoria que consiste em demonstrar que a Action
Française ter-se-ia prolongado ideologicamente em D. Marcel Lefebvre. A
luta deste Arcebispo não teria sido então negar-se a abandonar a Doutrina, Rito,
e filosofia, pela aceitação de elementos a eles contrários, mas teria sido antes
a aceitação de elementos contraditórios à Doutrina e filosofia católicas supostamente
introduzidas pela Action Française. Esta conotação é tão realçada na obra que "Action Française" são as únicas palavras colocadas a negrito, não fosse ao leitor escapar-se-lhe ideia (confirme aqui).
(III parte)
(III parte)
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