07/05/22

RECOMENDAÇÕES A RESPEITO DA SESSÃO COMEMORATIVA DOS 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Neste 11 de Maio, em Portugal decorrerá uma sessão comemorativa dos 200 anos da "independência" do Brasil.


É com muito custo e pouca vontade que informamos os leitores:

tais comemorações no fundamental ferem a verdade, que nos esforçámos sempre em defender. Custa, tanto que haverá sempre almas que culpabilidade alguma têm; menos advertidas, outras são bastante pela gentileza de palavras e elegância dos encontros!

Faz anos procurámos informar este grupo brasileiro sobre o perigo de escorregar em teses do "tradicionalismo espanhol", cujos erros liberais por imperfeição em si transporta (perigo maior quando se tratam de reinos católicos diferentes cuja ocupação se deu até em épocas muito distantes). As ânsias clubísticas, activismo, imprudência, ambição, preocupação,  politiquice, etc.,  gradualmente precipitaram o aparecimento de alguns grupos em Portugal amparados naqueles! Assim, podemos talvez reconhecer no fenómeno uma mesma linha interpretativa, a qual não achamos mais tradicionalista que liberal, nascida do ferido "tradicionalismo espanhol" que se alastrou pelos próprios meios católicos (Espanha-Brasil-Portugal), sem que possamos garantir que seja ela realmente espanhola ou brasileira, certamente não é verdadeiramente portuguesa. No geral, maioria das vontades envolvidas têm mais interesse em fazer aceitar a existência de uma pseudo-monarquia adaptável, se necessário colocando maiores premissas não pragmáticas em segundo plano (inversão da ordem)! É certo que há o componente católico, inseparável destas nossas temáticas comuns.

Embora todo o discurso seja polvilhado de verdade históricas e tesouros católicos, o fundo permanece idêntico ou igual! A Causa Imperial no Brasil tem por longos anos tentado afastar a denúncia tradicionalista/"miguelista" da ilegitimidade da sua independência. Com isto não queremos dar a entender que seríamos contra uma independência do Brasil mas sim que ela não se deu realmente, tendo em conta o justo, necessário e tradicional nível de realidades!

Para melhor ilustrar, damos exemplo da posição de um dos conferencistas do referido evento. O Professor DR. Ibsen Noronha, de quem reconhecemos boas palavras adopta a lamentável opinião malabarista do poder ir do povo para o Rei... mas como isso é condenado pela Igreja e foi difundido pelos pensadores iluministas/maçonaria formulam-na assim: o poder do Povo dado ao Rei veio de Deus! Fazemos votos que nas casas de família estes pais não achem que o seu poder vem dos filhos, dado por Deus! Enfim, assim pretendem fugir à condenação de S. Pio X ao Sillon ( "Notre Charge Apostolique").

Quantos remendos para tecer um manto!? Não valeria mais dizer o que temos dito!? Dizemos que Portugal é um Reino e tem a sua monarquia (fundamentalmente igual desde o início até D. Miguel); que o Reino do Brasil não se tornou realmente independente; que devemos manter, defender, guardar de corruptelas estas e outras verdades, reconhecer a situação do catolicismo não estar tão saudável que possa sustentar hoje a desocupação do nosso Reino etc..

Sendo assim, com pena, não podemos recomendar as ditas comemorações brasileiras! Contudo, em compensação, recomendamos veementemente ter em grande conta as coisas que temos guardado e difundimos discretamente conforme nos tem sido possível!

Pedro Oliveira

3 comentários:

Fernando disse...

Os militantes da Causa Imperial dizem que a bula Prae­cla­ra Portugalliae concede ao Imperador do Brasil os mesmos direitos do Rei de Portugal, ou seja, o padroado real e o grão-mestrado da Ordem de Cristo. Isto é verdade?

anónimo disse...

Diz "direitos"!? ... Não é um direito" Isso seria pensamento liberal. No pensamento cristão a um DEVER corresponde um DIREITO! Aquilo que foi entregue por Roma não é um direito... é uma concessão (obrigações e direitos correspondentes).

anónimo disse...

Será esta!? >>> Bula "Praeclara charissimi in Christo" do papa Júlio III, pela qual concedeu a D. João III e seus sucessores os mestrados da Ordem de Santiago e de Avis, para que os administrasse com o de Cristo?

Repare... Júlio III! Repare "e a seus sucessores"!

Se houve alguma actualização desta bula foi certamente no mesmo sentido e não contra o sentido. Ou seja, que D. Pedro, filho de D. João VI recebeu a mesma concessão da Igreja apenas por ser FILHO do pai... tal como sempre foi costume desde Júlio III

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