19/09/17

AVISO A RESPEITO DA PRODUÇÃO "BRASIL, A ÚLTIMA CRUZADA"

Caros leitores, 

com alegria um amigo brasileiro compartilhou um vídeo intitulado "Brasil, a Última Cruzada". Já tinha visto publicidade a esta produção brasileira; pelas caras desconfiei: "certamente, mais do mesmo". Mas, aceitei a oferta, entrei na página de divulgação, acedi ao vídeo.

Túmulo de D. Afonso Henriques
(Igreja do Mosteiro de Sta. Cruz - Coimbra)

O vídeo tem não poucos problemas de leitura histórica, ficou-se pelas limitações das obras integralistas, Carlistas, e até herança da produção liberal do séc. XIX, etc.; do guião é notória a selectividade e disposição, ajustadas à actual agenda da ala militada da "hispanidad". Digo isto muito resumidamente, pois tenho o dito vídeo pausado, ainda por terminar.

Aquilo que a propaganda anunciou como intenção, a verdadeira história do Brasil, é mais que boa, é URGENTE; fomos nós aqui seus iniciadores, apresentando os pontos críticos atestados nas fontes; não temos compromissos ideológicos, não estamos comprometidos com anteriores palestras públicas, nem com obras publicadas, nem com uma legião de seguidores que nos aplaudiram e aos quais receamos desagradar, não militamos movimentos nem movimentações: somos isentos, e apenas dependentes da Verdade, e do que mandou e ensinou Deus por boca da Igreja Católica (mundo fora do qual Portugal não é). Mas, na propaganda, o nome é o da INTENÇÃO, ou melhor ainda, é o nome da coisa pela qual a Causa pretende ser conhecida.

Por isto, e por muitíssimo mais, pois conhecemos alguns dos erros do ideário, recomendamos que este vídeo, tal como outros da mesma série, não sejam acreditados, por mais cristãos e isentos que possam PARECER. Este aviso não atribui qualquer culpabilidade aos intervenientes ou à agenda envolvida.

O ano de 2017 tem sido para Portugal um manancial de confusão, onde pela cara do bem tem o erro avançado juntamente, os dois tomando raízes conjuntas. Não temos tempo nem gente para fazer um trabalho de correcção de maior impactos e abrangência; provavelmente restará a "sobrevivência em escala ainda mais reduzida".

Deus nos acuda.

Pelas 5 Chagas de Nosso Senhor,
Pedro Oliveira.

13 comentários:

O Resistente disse...

Assisti ao primeiro vídeo e tenho opinião diversa.

Sim, há imprecisões factuais e interpretações históricas discutíveis. Muitos dos entrevistados, possivelmente a maioria, não são tradicionalistas.

No entanto, não penso que esses aspectos cheguem a comprometer o conjunto do trabalho. Dificilmente se achará na internet algo comparável sobre a história luso-brasileira. Em face das alarvidades que comumente se dizem e se escrevem sobre nossa história, essa série é muito bem-vinda. Oxalá seja vista por muitos.

Eu recomendo-a.

anónimo disse...

Caro O Resistente,

Começou por dizer "sim, há imprecisões factuais...". Como começa com um "sim", e coloca na frente o que o nosso artigo não disse? Está a concordar com que coisa!? Não dissemos que há imprecisões, nem interpretações históricas discutíveis, nem nos perguntou sequer aclaração dos nossos critérios! Com essa falsa suposição continuou depois sonhando até à conclusão, que não poderia ser outra que: "Oxalá [o vídeo] seja visto por muitos".

E ainda se chama a si "o Resistente".... A coisa vem "bem", vai!...

O Resistente disse...

Caro Senhor:

"O vídeo tem não poucos problemas de leitura histórica...". Foi isso o que o Sr. disse e foi com isso que concordei.

Se "não poucos problemas de leitura histórica" é assim tão diverso de "imprecisões factuais e interpretações históricas discutíveis", por favor, ilustre-nos com as distinções necessárias.

Já que me concede a oportunidade, gostava muito de saber quais serão os critérios que tornam tal vídeo indigno de acreditação. Será um projeto que conta com o apoio de D. Bertrand assim tão mau a ponto de pedir às pessoas que não o assistam? Qual é a régua com que mede?

Acompanho seu blog há muito tempo e sempre achei que falássemos a mesma língua. Ter-me-ei enganado!? Receio bem que sim.

anónimo disse...

Caro O Resistente,

o critério em questões históricas é do verdade histórica! É sobre esta base que o artigo coloca outras mais situações problemáticas, e dá a recomendação final (queira ter a bondade de conferi-la).

A verdade histórica não depende de quem sejam os apoios do projecto.

Sendo leitor do blog pode talvez lembrar que o vídeo repete o primeiro estado de matérias que já tínhamos corrigido aqui. Está em projecto corrigir o vídeo com a publicação de outros nossos.

Boas leituras.

Anónimo disse...

Penso que o Sr. O Resistente, não acompanha o blog de fato. Pois, se fosse leitor assíduo, teria lido os artigos sobre os Pedreiros, o Império no Brasil e a Usurpação. Não tem apenas poucos textos sobre, mas muitos. Penso que o Sr. O Resistente, seja da turma dos “Tradicionalistas Monárquicos”, que só querem saber da “restauração” da Monarquia, a qualquer custo. Isso é uma tolice e das grandes, querer seguir com erros, não se sujeitando ao critério citado pelo Sr. Ascendens. É uma tremenda falta de humildade. Quando contrariados ou corrigidos, fazem alarido, sem ao menos entender o que está errado.
Assim andam os ditos “tradicionalistas monárquicos” afora. Propagando o erro.

Pronto, falei!

anónimo disse...

Caro(a) Anónimo(a)

obrigado por comentar.

Agradeço que coloque um nom qualquer na próxima vez que comentar, para facilitar fazer referência, principalmente quando depois os diálogos se tornam maiores.

Sim, reparei tb. que O Resistente não leu ou não recorda alguns dos nossos artigos, os quais colocaram verdade onde carecia, com a qual várias teses e correntes podem lucrar muito. O Resistente, que a todo o gaz logo promoveu o vídeo no primeiro comentário, vem pedir agora apresentação dos nossos critérios! Mas que não se desencoraje de falar aqui; outros há que vindo aqui,falam daqui, mas não aqui!

O que mantem este blog vivo e sempre com uma afluências animadora de visualizações não são certamente os comentários, nem excitar os ânimos, mas sim o conhecimento sério dos assuntos e a VERDADE. NUNCA, mas NUNCA fizemos apreciações superficiais e injustas sobre as matérias ou pessoas. Que se saiba: para terminar a obra ASCENDENS seria necessária uma vida, ou mais; nós que não temos dependência de club, associação, movimento, instituição, nem venda de informação ou de publicação de obras, nem daqui tiramos o sustento nem o abrigo, nada. Dependemos de Nosso Senhor, da Santa Igreja, e do Reino de Portugal. Torna-se impossível negociar connosco, porque apenas temos uma moeda que aos negociantes não agrada: a VERDADE.

O Resistente disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
anónimo disse...

(o último comentário do O Resistente foi apagado. Damos-lhe espaço para que reformule, sem ataques pessoais aos comentadores)

anónimo disse...

"O que é que é senso da nacionalidade? É a memória dos grandes feitos realizados em comum; onde todo Povo sente que está participando. Esta é que é a identidade nacional." (...) "Então nós não temos no séc. XX uma cultura nacionalista, que teria que ser feita em torno dos valores nacionais efectivos, condensados nesses momentos em que o Povo fez o seu próprio destino." (Olavo de Carvalho - Brasil Paralelo, "Terra de Santa Cruz").

"O Resistente", concorda?

anónimo disse...

"Durante o processo de colonização, o Brasil teve apenas duas designações oficiais: Estado do Brasil, e Reino do Brasil." (Brasil Paralelo - Terra de Santa Cruz)

Dizem que "Príncipe do Brasil" era título, e que nunca houve "Principado do Brasil". O "O Resistente" concorda a comédia liberaloca?

em apenas 3 minutos de vídeo (ao calhas), 3 erros destes.


anónimo disse...

Quem quiser ficar de boca aberta.... tem aqui!

https://www.youtube.com/watch?v=Q1MDkswFQl4

"O Resistente" concorda com a história toda que nesse vídeo vai, não!?

Anónimo disse...

O brasileiro, VERDADEIRAMENTE católico, monárquico e tradicionalista, é o mais patriota dos portugueses. (o brasão do "império" é composto dos símbolos de Portugal: esfera armilar e Cruz de Cristo).
A necessidade de um ponto de referência histórica, que fundamente as referidas posições, impõe, inevitavelmente, ao pesquisador o período do reinado de D. Maria I até à Fundação (do pouco que conheço, parece-me que D. João VI se permitiu, consciente, ou inconscientemente, atender os propósitos dos seus inimigos, acirrando o desagrado da esposa; sendo a criação do Reino Unido, o princípio da desagregação do Reino. Assim o fizeram os republicanos em África com a designação de colónias e sua separação administrativa que principiara no liberalismo. O Reino de Portugal sempre fora unitário e igualitário administrativamente: e uma comarca da metrópole era, administrativamente igual a qualquer comarca, ou província, ou estado Ultramarino). A questão do "império" haveria de ser suficiente para alertar qualquer tradicionalista: a profusão de "impérios" no século XIX foi uma ideia liberal que visava desacreditar o Império Romano (cujo herdeiro HRE, foi abolido por Napoleão), assim, o "império" russo- a 3ª Roma; o "império" alemão"; o "império" francês; a elevação da India a "império" para que o rei do Reino Unido pudesse ser "imperador". E porque não o Brasil, fundado nos ideais revolucionários, não se haveria de designar "império"? E se a dimensão fora razão para a designação, a História de Portugal, que é a História do Brasil, demonstram que não é necessária a designação: o Reino de Portugal sempre foi o Reino de Portugal, mesmo quando duplicava a dimensão do Brasil.

Anónimo disse...

PS: quem criou o "império" do Brasil não foram "brasileiros", mas sim, portugueses traidores (daqueles que "houve algumas vezes"). Os "brasileiros", filhos de portugueses nascidos na era do "império", e nele doutrinados, criaram a república. Ou seja, a grandeza económica e internacional do Brasil, durante o "império", foi um resquício de Portugal; quando "eliminaram" Portugal do Brasil, fez-se a república. O paralelo do percurso entre os dois territórios, desde que se separaram, é revelador. E convém não esquecer a perseguição contra a Igreja, nesse período, bem contra os portugueses do Brasil fiéis ao legítimo rei (muitos tiveram de regressar à metrópole).
José Bonifácio era um génio, do mal, mas um génio: colocar o príncipe herdeiro de Portugal, permitiu-lhe a adesão popular sem sobressaltos; mas a mentira "tem perna curta" e um povo sem referências históricas e culturais, não tem fidelidades, pelo que, implantar a república foi um natural culminar de uma empresa iniciada em 1815 (para os dois territórios) quando se criaram dois reinos separados (ainda que unidos no rei). A imbecilidade (ou genialidade) da ideia revela bem o seu intento: separar; algo absurdo quando a capital do Reino de Portugal era o Rio de Janeiro. A reacção da Providência foi avassaladora: a casa de Bragança terminou nos dois territórios; uma tornou-se Saxe-Coburgo-Gotha e a outra Orleães.

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