Caros leitores,
com alegria um amigo brasileiro compartilhou um vídeo intitulado "Brasil, a Última Cruzada". Já tinha visto publicidade a esta produção brasileira; pelas caras desconfiei: "certamente, mais do mesmo". Mas, aceitei a oferta, entrei na página de divulgação, acedi ao vídeo.
Túmulo de D. Afonso Henriques (Igreja do Mosteiro de Sta. Cruz - Coimbra) |
O vídeo tem não poucos problemas de leitura histórica, ficou-se pelas limitações das obras integralistas, Carlistas, e até herança da produção liberal do séc. XIX, etc.; do guião é notória a selectividade e disposição, ajustadas à actual agenda da ala militada da "hispanidad". Digo isto muito resumidamente, pois tenho o dito vídeo pausado, ainda por terminar.
Aquilo que a propaganda anunciou como intenção, a verdadeira história do Brasil, é mais que boa, é URGENTE; fomos nós aqui seus iniciadores, apresentando os pontos críticos atestados nas fontes; não temos compromissos ideológicos, não estamos comprometidos com anteriores palestras públicas, nem com obras publicadas, nem com uma legião de seguidores que nos aplaudiram e aos quais receamos desagradar, não militamos movimentos nem movimentações: somos isentos, e apenas dependentes da Verdade, e do que mandou e ensinou Deus por boca da Igreja Católica (mundo fora do qual Portugal não é). Mas, na propaganda, o nome é o da INTENÇÃO, ou melhor ainda, é o nome da coisa pela qual a Causa pretende ser conhecida.
Por isto, e por muitíssimo mais, pois conhecemos alguns dos erros do ideário, recomendamos que este vídeo, tal como outros da mesma série, não sejam acreditados, por mais cristãos e isentos que possam PARECER. Este aviso não atribui qualquer culpabilidade aos intervenientes ou à agenda envolvida.
O ano de 2017 tem sido para Portugal um manancial de confusão, onde pela cara do bem tem o erro avançado juntamente, os dois tomando raízes conjuntas. Não temos tempo nem gente para fazer um trabalho de correcção de maior impactos e abrangência; provavelmente restará a "sobrevivência em escala ainda mais reduzida".
Deus nos acuda.
Pelas 5 Chagas de Nosso Senhor,
Pedro Oliveira.
Deus nos acuda.
Pelas 5 Chagas de Nosso Senhor,
Pedro Oliveira.
13 comentários:
Assisti ao primeiro vídeo e tenho opinião diversa.
Sim, há imprecisões factuais e interpretações históricas discutíveis. Muitos dos entrevistados, possivelmente a maioria, não são tradicionalistas.
No entanto, não penso que esses aspectos cheguem a comprometer o conjunto do trabalho. Dificilmente se achará na internet algo comparável sobre a história luso-brasileira. Em face das alarvidades que comumente se dizem e se escrevem sobre nossa história, essa série é muito bem-vinda. Oxalá seja vista por muitos.
Eu recomendo-a.
Caro O Resistente,
Começou por dizer "sim, há imprecisões factuais...". Como começa com um "sim", e coloca na frente o que o nosso artigo não disse? Está a concordar com que coisa!? Não dissemos que há imprecisões, nem interpretações históricas discutíveis, nem nos perguntou sequer aclaração dos nossos critérios! Com essa falsa suposição continuou depois sonhando até à conclusão, que não poderia ser outra que: "Oxalá [o vídeo] seja visto por muitos".
E ainda se chama a si "o Resistente".... A coisa vem "bem", vai!...
Caro Senhor:
"O vídeo tem não poucos problemas de leitura histórica...". Foi isso o que o Sr. disse e foi com isso que concordei.
Se "não poucos problemas de leitura histórica" é assim tão diverso de "imprecisões factuais e interpretações históricas discutíveis", por favor, ilustre-nos com as distinções necessárias.
Já que me concede a oportunidade, gostava muito de saber quais serão os critérios que tornam tal vídeo indigno de acreditação. Será um projeto que conta com o apoio de D. Bertrand assim tão mau a ponto de pedir às pessoas que não o assistam? Qual é a régua com que mede?
Acompanho seu blog há muito tempo e sempre achei que falássemos a mesma língua. Ter-me-ei enganado!? Receio bem que sim.
Caro O Resistente,
o critério em questões históricas é do verdade histórica! É sobre esta base que o artigo coloca outras mais situações problemáticas, e dá a recomendação final (queira ter a bondade de conferi-la).
A verdade histórica não depende de quem sejam os apoios do projecto.
Sendo leitor do blog pode talvez lembrar que o vídeo repete o primeiro estado de matérias que já tínhamos corrigido aqui. Está em projecto corrigir o vídeo com a publicação de outros nossos.
Boas leituras.
Penso que o Sr. O Resistente, não acompanha o blog de fato. Pois, se fosse leitor assíduo, teria lido os artigos sobre os Pedreiros, o Império no Brasil e a Usurpação. Não tem apenas poucos textos sobre, mas muitos. Penso que o Sr. O Resistente, seja da turma dos “Tradicionalistas Monárquicos”, que só querem saber da “restauração” da Monarquia, a qualquer custo. Isso é uma tolice e das grandes, querer seguir com erros, não se sujeitando ao critério citado pelo Sr. Ascendens. É uma tremenda falta de humildade. Quando contrariados ou corrigidos, fazem alarido, sem ao menos entender o que está errado.
Assim andam os ditos “tradicionalistas monárquicos” afora. Propagando o erro.
Pronto, falei!
Caro(a) Anónimo(a)
obrigado por comentar.
Agradeço que coloque um nom qualquer na próxima vez que comentar, para facilitar fazer referência, principalmente quando depois os diálogos se tornam maiores.
Sim, reparei tb. que O Resistente não leu ou não recorda alguns dos nossos artigos, os quais colocaram verdade onde carecia, com a qual várias teses e correntes podem lucrar muito. O Resistente, que a todo o gaz logo promoveu o vídeo no primeiro comentário, vem pedir agora apresentação dos nossos critérios! Mas que não se desencoraje de falar aqui; outros há que vindo aqui,falam daqui, mas não aqui!
O que mantem este blog vivo e sempre com uma afluências animadora de visualizações não são certamente os comentários, nem excitar os ânimos, mas sim o conhecimento sério dos assuntos e a VERDADE. NUNCA, mas NUNCA fizemos apreciações superficiais e injustas sobre as matérias ou pessoas. Que se saiba: para terminar a obra ASCENDENS seria necessária uma vida, ou mais; nós que não temos dependência de club, associação, movimento, instituição, nem venda de informação ou de publicação de obras, nem daqui tiramos o sustento nem o abrigo, nada. Dependemos de Nosso Senhor, da Santa Igreja, e do Reino de Portugal. Torna-se impossível negociar connosco, porque apenas temos uma moeda que aos negociantes não agrada: a VERDADE.
(o último comentário do O Resistente foi apagado. Damos-lhe espaço para que reformule, sem ataques pessoais aos comentadores)
"O que é que é senso da nacionalidade? É a memória dos grandes feitos realizados em comum; onde todo Povo sente que está participando. Esta é que é a identidade nacional." (...) "Então nós não temos no séc. XX uma cultura nacionalista, que teria que ser feita em torno dos valores nacionais efectivos, condensados nesses momentos em que o Povo fez o seu próprio destino." (Olavo de Carvalho - Brasil Paralelo, "Terra de Santa Cruz").
"O Resistente", concorda?
"Durante o processo de colonização, o Brasil teve apenas duas designações oficiais: Estado do Brasil, e Reino do Brasil." (Brasil Paralelo - Terra de Santa Cruz)
Dizem que "Príncipe do Brasil" era título, e que nunca houve "Principado do Brasil". O "O Resistente" concorda a comédia liberaloca?
em apenas 3 minutos de vídeo (ao calhas), 3 erros destes.
Quem quiser ficar de boca aberta.... tem aqui!
https://www.youtube.com/watch?v=Q1MDkswFQl4
"O Resistente" concorda com a história toda que nesse vídeo vai, não!?
O brasileiro, VERDADEIRAMENTE católico, monárquico e tradicionalista, é o mais patriota dos portugueses. (o brasão do "império" é composto dos símbolos de Portugal: esfera armilar e Cruz de Cristo).
A necessidade de um ponto de referência histórica, que fundamente as referidas posições, impõe, inevitavelmente, ao pesquisador o período do reinado de D. Maria I até à Fundação (do pouco que conheço, parece-me que D. João VI se permitiu, consciente, ou inconscientemente, atender os propósitos dos seus inimigos, acirrando o desagrado da esposa; sendo a criação do Reino Unido, o princípio da desagregação do Reino. Assim o fizeram os republicanos em África com a designação de colónias e sua separação administrativa que principiara no liberalismo. O Reino de Portugal sempre fora unitário e igualitário administrativamente: e uma comarca da metrópole era, administrativamente igual a qualquer comarca, ou província, ou estado Ultramarino). A questão do "império" haveria de ser suficiente para alertar qualquer tradicionalista: a profusão de "impérios" no século XIX foi uma ideia liberal que visava desacreditar o Império Romano (cujo herdeiro HRE, foi abolido por Napoleão), assim, o "império" russo- a 3ª Roma; o "império" alemão"; o "império" francês; a elevação da India a "império" para que o rei do Reino Unido pudesse ser "imperador". E porque não o Brasil, fundado nos ideais revolucionários, não se haveria de designar "império"? E se a dimensão fora razão para a designação, a História de Portugal, que é a História do Brasil, demonstram que não é necessária a designação: o Reino de Portugal sempre foi o Reino de Portugal, mesmo quando duplicava a dimensão do Brasil.
PS: quem criou o "império" do Brasil não foram "brasileiros", mas sim, portugueses traidores (daqueles que "houve algumas vezes"). Os "brasileiros", filhos de portugueses nascidos na era do "império", e nele doutrinados, criaram a república. Ou seja, a grandeza económica e internacional do Brasil, durante o "império", foi um resquício de Portugal; quando "eliminaram" Portugal do Brasil, fez-se a república. O paralelo do percurso entre os dois territórios, desde que se separaram, é revelador. E convém não esquecer a perseguição contra a Igreja, nesse período, bem contra os portugueses do Brasil fiéis ao legítimo rei (muitos tiveram de regressar à metrópole).
José Bonifácio era um génio, do mal, mas um génio: colocar o príncipe herdeiro de Portugal, permitiu-lhe a adesão popular sem sobressaltos; mas a mentira "tem perna curta" e um povo sem referências históricas e culturais, não tem fidelidades, pelo que, implantar a república foi um natural culminar de uma empresa iniciada em 1815 (para os dois territórios) quando se criaram dois reinos separados (ainda que unidos no rei). A imbecilidade (ou genialidade) da ideia revela bem o seu intento: separar; algo absurdo quando a capital do Reino de Portugal era o Rio de Janeiro. A reacção da Providência foi avassaladora: a casa de Bragança terminou nos dois territórios; uma tornou-se Saxe-Coburgo-Gotha e a outra Orleães.
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