Letra
N
Nação - Está definida e exactamente pelo Corso Bonaparte, que alguma coisa havia de dizer, que tivesse jeito Quando a Canalha ficou de cima, chama-se nação, e é o que se viu neste reino, como se prova do seguinte:
Nação (vontade da) É a escora do Maçonismo para capear as suas rebeliões. Um só indivíduo chama-se vontade do Clero, outro chama-se vontade da Nobreza, outro vontade da Magistratura, outro vontade do Exército, e com estas vontadinhas bem somadas, que apenas constituem uma pequeníssima fracção da vontade geral, aí os temos a darem as cartas, e a definirem com toda a impavidês, que Rebelião é a obediência ao Governo Legítimo, que nos deixará ElRei Nosso Senhor!! Quando foi ouvida a Magistratura para escolher o grão Tomaz, a Igreja Lusitana para ser representada pelo Deão Brederode? Onde estava pois nesses dias de mais vulto para a criação do Sistema aquela vontade que se dizia o fundamento de quanto se decidisse e Legislasse? Existia na cabeça de Fernandes Tomás, e Companhia, e é quanto basta segundo a jurisprudência alumiada das rutilantes Luzes do Século, para se dar como existente a parte Rei à vontade Nacional!! Na cena penúltima do último acto da Tragicomédia intitulada "As Cortes extraordinárias de 1823" quando o imortal, o augusto, o Soberano Congresso já entrava em agonias da morte, rompeu um dos mais ilustres preopinantes numa distinção Peripatética de vontades nacionais, que deve ficar em Lembrança para escarmento dos presentes, e ensino dos futuros: "Ó Género humano, Senhor Presidente, governa-se há muitos séculos por duas qualidades de direitos; um ilegítimo, que é a força; outro legítimo que é a vontade geral ou expressa ou tácita". Por era vontade geral estávamos nós aqui etc. (Diário de 2 de Junho de 1823). Distinguiu pois, em maravilhosamente, o que era tácito ou calado das trevas, em que se urdia a Constituição, que rebentou a 24 de Agosto, do que era expresso e notório, e se porventura não se pusesse a salvo nessa tabuinha furada, e podre da vontade tácita não sei como seria possível conciliar com a vontade Nacional, o que se passava a essa mesma hora no distrito de Vila Franca, onde ninguém havia de dizer, senão que a vontade nacional era que logo, logo se desfizesse a caranguejola das Côrtes, para que nunca mais aparecessem vestígios de semelhante diabrura.
(Índice da obra)
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