(continuação da II parte)
Ano II da República (22 de Setembro de 1793)
A 4 de Vindimario, Ano II, a Junta de Governo toma a denominação de Junta de Salvação Pública.
A 12, 53 deputados são decretados de acusação pela Convenção; 66 outros deputados são detidos; e o Duque de Orleans é remetido ao Tribunal Criminal Revolucionário.
A 16 aparece o novo Calendário.
A 16 aparece o novo Calendário.
1794
A 21 de Junho, decreto declarando que a cidade de Leão será destruída. 300 cidadãos leoneses foram espingardeados de uma só vez; e Fouche, hoje Ministro da Polícia em França, mandou no mesmo dia à guilhotina 213 dos mais nobres de Leão, fazendo a crueldade, que suas mulheres abrissem as covas onde se deviam sepultar os corpos de seus infelizes maridos.
A 20, declaração de guerra à França pelo Rei de Nápoles, e das Suas Sicílias. Neste mesmo dia a infeliz irmã de Luís XVI foi levada à guilhotina.
O mês de Novembro, ou de Brumário do ano II, vê levar ao cadafalso 21 deputados, o virtuoso Bailly, o Infante Duque de Orleans, a esposa do Ministro Rolland, Manuel, e os generais Houchard, e Brunet. Houchard tinha ganhado dois meses antes a famosa batalha de Hondscoot, que em Setembro de 1793 fez levantar o bloqueio de Dunkerque.
A 28 de Brumário as igrejas são profanadas, pois as transformam em "templos da razão".
O mês de Frimário vê levar ao casafalso Barnave, le Chapelier, Rabau-Saint-Etienne, Kersaint, deputados; Duport du Tertre, ex-Ministo da Justiça; o Duque do Chatelet, Coronel das Guardas-Francesas; e a famosa Dubarri. O Ministro Clavier se apunhala na sua prisão. O ex_Ministro Rolland é achado morto no caminho de Paris a Rouen; um dos corifeos da Revolução Condorcet se envenena.
O mês de Frimário vê levar ao casafalso Barnave, le Chapelier, Rabau-Saint-Etienne, Kersaint, deputados; Duport du Tertre, ex-Ministo da Justiça; o Duque do Chatelet, Coronel das Guardas-Francesas; e a famosa Dubarri. O Ministro Clavier se apunhala na sua prisão. O ex_Ministro Rolland é achado morto no caminho de Paris a Rouen; um dos corifeos da Revolução Condorcet se envenena.
A 16 de Vindimário precedente Leão se sujeitou às leis da República; Toulon foi retomado a 29 de Frimário seguinte. O sítio desta cidade era comandado por Barrás, que tinha deixado de seu comando a Bonaparte. As crueldades, que se seguiam à entrega de Toulon, foram começadas, ou cometidas pelo segundo. Por uma dolorosa proclamação de Bonaparte todos os habitantes, que tiveram algum emprego debaixo do governo inglês, ou que foram suspeitos de terem favorecido as sua entrada, e a capitulação daquela cidade, directa, ou indirectamente, tiveram ordem, debaixo de pena de morte, para se ajuntarem na grande praça, chamada o Campo de Marte em dia e hora prescrita. Para cima de 1500 homens, mulheres, e crianças, ajuntaram-se ali em consequência desta proclamação: Bonaparte determinou que todos os que quisessem escapar ao castigo, e à morte, gritassem "viva a República". Estes desgraçados víctimas gritaram a uma voz "Viva para sempre a República"! Este era o sinal dado para a sua morte. Uma descarga de metralha matou uns, feriu e mutilou outros, que acabaram nos fios das espadas, e pontas das baionetas. A contra oficial desta feroz execução consta da seguinte Carta de Bonaparte, que é datada de Toulon de 24 de Dezembro de 1793:
"Cidadãos Representantes.
No campo da glória, com os pés alagados no sangue dos traidores, eu vos anuncio com o coração transbordando de alegria, que estão executadas as vossas ordens, e a França vingada; não se poupou sexo, nem idade; os que escaparam ou ficaram somente mutilados pela descarga dos nossos canhões republicanos, acabaram nas espadas da Liberdade, e nas baionetas da Igualdade. Saúde, e admiração; Brutus Buonaparte, Cidadão Sans-Culotte"
"Cidadãos Representantes.
No campo da glória, com os pés alagados no sangue dos traidores, eu vos anuncio com o coração transbordando de alegria, que estão executadas as vossas ordens, e a França vingada; não se poupou sexo, nem idade; os que escaparam ou ficaram somente mutilados pela descarga dos nossos canhões republicanos, acabaram nas espadas da Liberdade, e nas baionetas da Igualdade. Saúde, e admiração; Brutus Buonaparte, Cidadão Sans-Culotte"
No segundo trimestre do ano II há ainda que gemer de muitas prisões, e condenações à morte. Choram principalmente as do ex.Ministo Lebrun, do Duque de Biron, General; do filho do desditodo Custines; do Marcheal de Luckner; de Lamourette, Bispo de Leão; do Príncipe Talmont, do Conde de la Rochefoucault; etc.
Nivose do ano II, Hoche toma o comando dos exércitos reunidos de concerto em Pichegru.
Nivose do ano II, Hoche toma o comando dos exércitos reunidos de concerto em Pichegru.
A 4 de Germinal Rousin, Vicent, e Hebert, são levados ao cadafalso. Rousin era Comandante do Exército Revolucionário. Hebert era um diarista no género de Marat. Chaumette teve a mesma sorte.
A 16, 9 deputados são levados aos cadafalso, em cujo número se contam o ex-Capuchinho Chabot, o diarista Camille-Desmoulins famoso apóstolo de todas as Lojas Bavarezas, e maçónicas, o famoso Danton, e Fabre de Englantines. A esposa de Desmoulins teve pouco depois a mesma sorte. Eis como o leitor vai vendo a pouco e pouco todos os conjurados, que mataram seu Soberano Luis XVI, conduzidos ao mesmo lugar para receberem a punição de seu sacrílego atentado.
A 29 alguns financeiros são condenados à guilhotina, em cujo número entre Lavoisier, que fora Contador Geral.
Em Floreal, também do ano II, o Tribunal Revolucionário manda ao cadafalso d'Epremesnil o virtuoso Malsherbs, o Conde d'Estaing, Isabel de França, irmã de Luís XVI, e um grande número de Presidentes; e Conselheiros dos antigos Tribunais Soberanos.
A 22, decreto que pronuncia a reclusão de todos os sacerdotes refractários, ainda que enfermos, e sexagenários.
Em Prarial, Cecília Renaud é acusada de ter atentado aos dias de Robespierre, e condenada à morte.
A 20, "festa ao Ser Supremo".
No terceiro trimestre do ano II a desunião, acontecida entre Hoche, e Pichegru, faz dar ao primeiro o comando do Exército dos Alpes, e ao outro o do Exército do Norte. Mas Hoche não guardou muito tempo seu novo posto; uma ordem de prisão o obrigou vir a Paris, onde foi encarcerado. A Revolução de 9 de Thermidor lhe salvou a vida.
O Exército do Reno tem por General em Chefe Michaud. O de Mosella é desmembrado. Jourdan tem o mando de algumas divisões.
A 29 de Jourdan, é completamente derrotado, perto de Charleroi.
Em Messidor, também do ano II, o Tribunal Revolucionário continua a fartar-se de sangue, e manda ao suplício um número infinito de vítimas, em cujo número entram o Marcheal de Noailles-Mouchi, e sua mulher, ambos de oitenta anos, e 207 pessoas, Diques, Príncipes, magistrados, Financeiros, etc.
Os deputados Guadet, Salles, e o infame Barbaroux, são apanhados na sua fuga, e padecem em Bordeos o suplício do cadafalso. O execrado Pethion, e Burot foram achados mortos nos campos, nos arredores desta cidade.
Em Thermidor, ainda no ano II, o Tribunal "de Sangue", chamado Revolucionário, fez perecer no cadafalso 323 pessoas, entre as quais se notam sobre tudo as Duquezas de Noailles, e d'Ayen; a Duquesa de Noailles; Boucher d'Argis, e Relator de sucesso de 5 e 6 de Outubro de 1789: o marido de Josefina, primeira mulhera de Bounaparte, chamado Beauharnais, que tinha sido constituinte, e General em Chefe do Exército do Reno; e o Barão de Trenck.
A 9 de Thermidor, queda do poder dos Decemviros. Na noite de 9 para 10 Robespierre, e a maior parte de seus cúmplices, são presos na casa comum, e depois levados a receberem o prémio de suas crueldades na guilhotina.
(continuação, IV parte)
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