14/04/19

Mons. TISSIER DE MALLERAIS - A RECUPERAÇÃO

Aviso: o artigo está em "suspenso" e requer a posterior leitura da respectiva caixa de comentários.

Ontem, dia 13 de Abril de 2019, um dos antigos padres da FSSX expulso por recusar obediência ao Papa (enquanto se mantivesse em opiniões heréticas), o conhecido Padre Basílio Méramo escreveu uma carta aberta a Mons. Tissier de Mallerais (um dos quatro bispos sagrados por Mons. Marcel Lefebvre).

Mons. Tissier de Maillerais terá baixado a guarda à Gaudium et spes e à promulgação do decreto da Liberdade Religiosa, dizendo que Mons. Lefebvre no Concílio assinou favoravelmente. Por obrigação de consciência, o Padre Basílio Méramo escreve para recordar ao bispo não fazer daquela assinatura de presença uma assinatura de aprovação. O mesmo padre recorda os procedimentos devidos nestes casos: Mons. Tissier deverá fazer uma declaração pública (tanto quanto o foram as afirmações erradas) e o mais rápido possível (para evitar maiores danos às almas). Recorda ainda que, na audiência de Paulo VI a Mons. Lefebvre, o Papa censurou-o por não ter aceite aqueles documentos.

Traduzimos do castelhano a carta a Mons. Tissier de Mallerais:


Estimado Monsenhor Tissier de Mallerais,

com total respeito que merece a sua dignidade episcopal, vejo-me obrigado perante Deus, a Igreja e o Senhor (motivo pelo qual torno pública a presente), a recordar-lhe o grave erro em que incorreu, seja por descuido, miopia, desconhecimento ou pressão (pouco importa), por ter confundido de Mons. Lefebvre a assinatura de presença (e da sua representação como procurador de outro bispo) com a assinatura pró promulgação dos decretos da Liberdade Religiosa e Gaudium et spes, que como se sabe bem, Mons. Lefebvre sempre negou, ademais de ter votado contra eles.

Após uma revisão e reflexão mais profunda, dei-me conta de ter sido talvez condescendente ou quiçá pouco claro e contundente. Para evitar cair em pena supletória no purgatório, por deixar de fazê-lo, vejo-me hoje obrigado, também para que, corrigindo-lhe o erro, evitar que o Senhor também caia nela.

Isto é de ser feito o mais prontamente possível, com uma declaração pública e manifesta. De contrário, terá de sujeitar-se ao juízo da Ira Divina à qual será submetido no momento da morte, a qual nos pode chegar a qualquer momento.

Tenha como prova, ou melhor como contra prova, a facto do próprio Paulo VI em audiência como Mons. Lefebvre, a 11 de setembro de 1976, censurou-o de não ter aceitado esses documentos. Então, fica claro que se Monsenhor Lefebvre tivesse assinado como o Senhor afirma categoricamente nestes termos: "Resulta destes factos irrecusáveis que Mons. Lefebvre, como Mons. de Castro Mayer, depois de ter votado até ao final contra a liberdade religiosa, assina finalmente a promulgação da declaração Dignitatis humanae", nada teria o Papa para censura-lo. Esta reprovação de Paulo VI é prova irrecusável e irrefutável de que Mons. Lefebvre jamais assinou a promulgação da Liberdade Religiosa.

"Errare humanum est, perseverare autem diabolicum" Não esqueça!

Que a graça e a luz divina o fortifiquem e iluminem para que obre em consequência. Por isto, coloco-o de forma muito especial nas minhas pobres orações.

Basílio Méramo.


Esperemos que Mons. Tissier tenha a coragem necessária, e também uma boa recuperação da recente intervenção cirúrgica. Reze agora uma Avé-Maria por Mons. Tissier.

(fonte: Radio Cristiandad)

13 comentários:

Anónimo disse...

Acha mesmo que isto tem algum fundamento ?

Anónimo disse...

Esse Méramo está errado. Eu li sobre essa matéria da assinatura faz um tempo, e foi outro episódio em que a FSSPX, contrariada com fatos, no seu fanatismo, espírito de seita e culto de personalidade, ficou toda eriçada e preferiu negá-los e atacar ad hominem. O documento em questão é, sim, o da promulgação do decreto da liberdade religiosa e de 3 outros. Consta a assinatura de D. Lefebvre por ele mesmo "Eu Marcel Lefebvre" e uma anotação marginal como procurador dum amigo "eu procurador por D. Fulano". Não foi a lista de presença da sessão de votação, primeiro, porque o título diz promulgação. Segundo, porque no Concílio era proibida a votação por procuração. A FSSPX ficou mordida porque, em 1990, um ex-amigo dela, o Pe. Blignieres provou cabalmente isso tudo. Ela o chamou de mentiroso. Chamou também o arquivista do Vaticano que autenticou tudo isso de mentiroso e algo no sentido de "agente da Igreja Conciliar". Portanto, ou D. Lefebvre mentiou ou falhou sua memória. Para presumir da melhor forma, e tendo em vista a velhice e 25 anos após o fato, o próprio Pe. Blignieres entendeu que foi um lapso de memória. Ou seja, nunca acusou o arcebispo de mentiroso. Mas a FSSPX, ao contrário, acusou esse padre de mentiroso, caluniador...E essa foi a mesma opinião do D. Tissier, de ter sido lapso.

anónimo disse...


Realmente são muitas coisas extraordinárias ao mesmo tempo. Se for assim como está a dizer, temos então de colocar as advertências de Paulo VI no mesmo saco de "má memória" de Mons. Lefebvre!? Enfim. Como não temos forma investigar para discernir, daremos o nosso artigo como "suspenso" e adicionaremos um aviso.
Fiquem então as orações, que nunca são de mais.

Cláudia Arruda disse...

Salve Maria!

Seria interessante, caso o Anónimo tiver acesso ao documento que diz constar a assinatura de D Marcel, trazer para ser publicado, explicado.
Me custa crer, enfim...


Cláudia Arruda disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
anónimo disse...

O último comentário foi apagado porque é um tipo de assunto que só tem trazido a confusão entre os poucos clarificados.

Anónimo disse...

continuação

Não, houve as sessões de votação, e os presentes às votações tinham que assinar que estiveram presentes. Este não é o documento em questão. O documento em questão é o da promulgação de quatro documentos: declaração da liberdade religiosa, decreto da atividade missionária, decreto do ministério e vida sacerdotal, decreto das missões, e constituição pastoral da Igreja no mundo atual.

Em sendo ato colegial, os bispos assinaram como promulgadores. O papa primeiro, depois os bispos. Consta dele a assinatura de D. Lefebvre por ele e em procuração por outro bispo.

Houve alguns bispos que não assinaram a promulgação. Outros que a restringiram para um ou outro documento com uma nota marginal.

https://www.sanpiox.it/archivio/images/stories/P_Silea/immagini/firma.gif

Esta é a prova direta do fato, ou o próprio fato. O que D. Lefebvre disse da sua conversa com Paulo VI é testemunho indireto. Ademais, ter sido supostamente acusado de não ter apoiado a declaração no Concílio pode significar várias coisas, como, por exemplo, ter votado contra, algo que D. Lefebvre declarava aos quatro ventos ter feito.

Ele pode ter votado contra, mas quando viu que já não era mas esquema, mas considerado como magistério, com a assinatura do Papa, apôs a sua assinatura também.

anónimo disse...

A falsificação da assinatura, é uma possibilidade?

Anónimo disse...

se fossem falsificar, acho improvável que inventassem a assinatura por procuração de Agostinho Grimault, que foi um bispo espiritano de Dakar provavelmente amigo dele.

Acho que nesse caso, para a FSSPX, la maison est tombée. Lamento. É melhor mesmo admitir.

Anónimo disse...

Ceriani 2010:

https://radiocristiandad.wordpress.com/2010/10/08/p-ceriani-comentario-sobre-los-hechos-relativos-al-libro-de-mons-tissier-de-mallerais-denunciado-por-el-p-basilio-meramo/?fbclid=IwAR2A0c8S263jtQ3LrBLsy0K_6gp5oEkH99S_xjwT30LPQXs1atUwY3ssbq0

Riki

Anónimo disse...

"Além disso, a relação dos nomes dos bispos contidos nas 50 páginas das Actas Synodálias ultrapassa o número de bispos que aprovaram a Declaração Dignitatis Humanae, que foram apenas 2.308 e o documento não diz quem votou a favor (placet), contra (non placet) ou anulou/absteve-se de votar. Para que essa listagem realmente seja considerada a dos bispos signatários favoráveis a declaração, ela não poderia ultrapassar ao número de bispos que votaram “placet”, aprovando o documento, só que o número de bispos ultrapassa e muito, a ponto de englobar também os bispos que votaram “non placet”, discordando, e os que anularam/abstiveram seu voto. Isso pode ser verificado nas páginas 859-860, curiosamente omitidas pelos que sustentam a tese da suposta assinatura do arcebispo francês. Nestas páginas têm-se o discurso do “Secretarius Generalis”, isto é, do Secretário-Geral, Monsenhor Pericles Felici, especificando o seguinte:

“Santo Padre,
A declaração sobre a liberdade religiosa;
Padres votantes. 2. 386
Dos que concordam. 2.308
Não concordam. 70
Sem votos. 8”"

Alguém tenta justificar, mas mal:

https://www.facebook.com/Synodalias/posts/o-caso-lefebvre-o-suposto-signat%C3%A1rio-do-decreto-sobre-liberdade-religiosaquando-/133031580655522/

Nossa, o sujeito faz um samba do crioulo doido para tentar justificar o fato da assinatura!

Cláudia Arruda disse...


"O último comentário foi apagado porque é um tipo de assunto que só tem trazido a confusão entre os poucos clarificados."
Sem problemas.O que era interessante, estava bem no inicio do vídeo, onde D Marcel se coloca contrário a Liberdade religiosa e etc.

É louvável a prudência da equipe.

Obrigada.



Anónimo disse...

Sobre essa questão de Mons. Lefebvre, o Padre Ceriani publicou três posts em 2010:

https://radiocristiandad.wordpress.com/2010/10/08/p-ceriani-comentario-sobre-los-hechos-relativos-al-libro-de-mons-tissier-de-mallerais-denunciado-por-el-p-basilio-meramo/

https://radiocristiandad.wordpress.com/2010/10/11/p-ceriani-segundo-comentario-a-la-denuncia-del-p-meramo-contra-mons-tissier/

https://radiocristiandad.wordpress.com/2010/10/11/p-ceriani-tercer-comentario-a-la-denuncia-del-p-meramo-a-mons-tissier/

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