02/08/15

MÁXIMAS DE Sto. INÁCIO DE LOYOLA e SENTIMENTOS DE S. FRANCISCO XAVIER (I)

MÁXIMAS
de
SANTO INÁCIO 

Fundador da Companhia de Jesus

e

SENTIMENTOS
de
SÃO FRANCISCO
XAVIER

 
Apóstolo das Índias


 RIO DE JANEIRO
1934

Sto. Inácio de Loyola


PREFÁCIO


Firmado por A. Carayon, a edição francesa de 1860, de que traduzimos este opúsculo, traz o seguinte antelóquio:

“Duas edições das Máximas de Santo Inácio e dos Sentimentos de São Francisco Xavier esgotaram-se em pouco tempo. O êxito deste opúsculo, que traz em seu titulo nomes tão venerados, a ninguém surpreenderá. O P. Bouhours, reunindo estas máximas, fez não somente obra de piedade filial, como bem mereceu de quantos deixam gostosamente os livros cheios de sentimentos afectuosos, para se nutrirem dos mais másculos ensinamentos da fé; deu armas a esses homens de coragem cuja dedicação e piedade se mostram menos por palavras do que por actos marcados pelo cunho da virilidade humana.
Muito pudéramos ter acrescentado a este opúsculo, aumentando-o com grande numero de passagens tiradas da Vida de Santo Inácio, que publicaremos proximamente: melhor havemos porém julgado fazer cingindo-nos a reproduzir exactamente a edição de 1683. Por mais pequeno que seja este volume, contém tesouros inesgotáveis de direcção: não é um livro de leitura, senão que uma fonte de meditações, um arsenal cheio das melhores armas. As cousas que nos diz uma vez e tão brevemente podem todo dia vir-nos em auxílio em meio aos nossos desfalecimentos, e restituir-nos ao coração primitiva energia. Foi à força de repetir a São Francisco Xavier a mesma verdade, as mesmas palavras, que Santo Inácio fez de um homem vaidoso e cativado por ambições humanas um religioso, um apóstolo, cujos trabalhos e êxitos têm sido tantas vezes comparados aos dos primeiros e mais ilustres propagadores do Evangelho”.

Revela-nos este preâmbulo que o nosso livrinho data de 1683, com reprodução exacta na edição de 1860, donde o transladamos. Tem assim todo o sabor e encanto das coisas antigas e preciosas, na colenda vetustez dos seus já 250 anos.

Vadiando séculos, põe-nos em contacto com a alma e o coração de dois grandes luzeiros da Igreja, pedras angulares da Companhia de Jesus. E, com isto, é com a própria alma da Companhia que nos põe em seu contacto; que essa grande alma realmente se retraça nestas singelas páginas, impregnadas todas da frescura e da força viva das nascentes.

Livrinho de grande valor ascético e directivo (e nem menos, talvez, de valor literário), “substractum” dessa doutrina vigorosa que tem feito da milícia inaciana, através dos tempos, a milícia de invictados “vândalos sublimes do cordeiros”, dos “Átilas da fé”, o nosso opúsculo está destinado a difundir o beneficio de uma orientação espiritual sublime, plasmada no mais puro sentimento de Deus; orientação prática e segura, que tem gerado múltiplos e óptimos frutos de santidade, e de cuja eficácia o grande Apóstolo das Índias se erige em exemplo eloquente, prestigiando com a mais feliz das experiências, sancionando com a mais bela prática a teoria do mestre.

Surgindo no ano em que, com todo o carinho, se celebra em nosso país a glória do imortal Anchieta, pela condigna comemoração do IV.º Centenário do seu nascimento, surge em ocasião muito oportuna esta edição vernácula; pois, ocioso é frisa-lo, celebrar Anchieta é magnificar o espírito e a doutrina dos seus fundadores.

Por bem inspirada tenho, pois, a minha empresa, só me restando esperar que mereça realmente aplaudida e resulte realmente benfazeja.

Rio – Março de 1934.
Luiz Leal Ferreira

(continuação, II parte)

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