Tenho sempre receio de colocar algo de Bach, sobretudo música religiosa ou sacra. Considero o Bach um católico enganado, que praticava o catolicismo, mas localmente dirigido pelo protestantismo que então se apresentava com um catolicismo contrário aos supostos abusos da hierarquia da Santa Igreja.
Os músicos contratados para os templos tomados e edificados pelos seguidores de Lutero ficavam incumbidos de musicar e executar os hinos traduzidos e reformulados por Lutero; pois assim conseguiam fazer participar os assistentes ao culto.
O hino "Komm, Heiliger Geist, Herre Gott" ("Vinde, Espírito Santo, Senhor e Deus") é uma adaptação, em alemão, da oração católica "Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos vossos fiéis .." (que por sua vez é baseada no hino católico "Veni Creator Spiritus", composto no séc. IX). J. S. Bach para este hino compôs uma maravilhosa fantasia, a qual julgo dever ser escutada com o pensamento no sentido do hino "Veni Creator Spiritus". Estamos perante música religiosa, e não música sacra.
O hino "Komm, Heiliger Geist, Herre Gott" ("Vinde, Espírito Santo, Senhor e Deus") é uma adaptação, em alemão, da oração católica "Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos vossos fiéis .." (que por sua vez é baseada no hino católico "Veni Creator Spiritus", composto no séc. IX). J. S. Bach para este hino compôs uma maravilhosa fantasia, a qual julgo dever ser escutada com o pensamento no sentido do hino "Veni Creator Spiritus". Estamos perante música religiosa, e não música sacra.
Eis a dita fantasia (BWV651):
4 comentários:
Desculpem a minha ignorância, mas qual é a diferença entre música sacra e música religiosa?
Fica desde já o meu agradecimento.
Caro Reaccionário,
Obrigado por comentar.
A música sacra é aquela que é própria do Culto; aquela que faz parte integrante do culto. Por exemplo, um "Sanctus" (faz parte do Rito da Missa).
A música religiosa é toda aquela que só lhe falta ser do culto para ser sacra.
A música sacra além da letra, tem que ter as qualidades da boa música, a santidade das formas, etc... A música religiosa não tem que ter o mesmo rigor.
Em resumo, é isto.
Volte sempre.
Pelo título do artigo "Fantasia - Espírito Santo" pensei que se tratava de algum assunto relacionado à "R.C.C.". Afinal, o que seria esta 'fantasia'?
Cara Rafaela.
Não sou êxpert em música, apesar do cuidado que devemos ter em escutar Bach, como alerta o artigo, gosto muito de suas obras.
Bem, talvez o dono do blog possa esclarecer melhor, afinal, se não me falha a memória, é organista. Mas Fantasia, como Tocata, Fuga e etc., são 'categorias", "gêneros composicionais", utilizados na época ou pouco antes de Bach.
Mais especificamente: "No séc. XVII a escrita instrumental começou a ganhar força e os compositores começaram a querer compor para uma formação vocal ou instrumental específica, deixando de lado o costume de fazer música que pordria ser realizada por diversas formações. O rítmo poderia ser tratado de duas maneiras diferentes: com métrica regular (separados por barras de compasso a intervalos regulares a partir de 1650); ou de maneira livre, sem métrica específica. Este último tratamento era dado a peças de carater recitativo ou improvisatório, como a tocata, fantasia, e prelúdio da época."
Bem, espero ter ajudado. Afinal, são anos apreciando a 'boa música' de Bach, entre outros.
Salve Maria!
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