18/03/14

HISTÓRIA DOS "ILUMINADOS" (VI)

(continuação da V parte)

(União de Kingge e dos Areopagitas):


O Iluminismo chegou ao conhecimento de Knigge, no tempo em que formava uma conspiração, e projectos sobre os maçons; e que uma intriga do Areópago apenas deixava a Weishaupt a honra da invenção. Ele procurava reunir todas as diferentes seitas desta Ordem, para governar os Príncipes e os Reis, sem que os mações o percebessem. Ele já tinha comunicado seus projectos a diferentes maçons, logo que no ano 1780 encontrou em Francfort o Marquês de Constanza, apóstolo de Weishaupt. Knigge em poucos dias foi um dos maiores admiradores da nova seita, e de seu Fundador. O mesmo Weishaupt reconheceu em Knigge o adepto capaz de lhe dar grandes serviços, e por isso lhe comunicou seus últimos graus, manifestando-lhe seus projectos, suas conspirações e seus segredos. Kingge solicitava o conhecimento dos últimos mistérios; porém eles só estavam esboçados; e Weishaupt a pesar de ser inventor, tinha necessidade de um homem, que o ajudasse a determinar suas ideias, e acabar seu Código. Esta confidência teria dissuadido qualquer adepto, que não tivesse as qualidades de Knigge; porém a ele só serviu de lhe dar a esperança de participar da glória de fundador. Havendo-se suscitado grandes dissensões entre Weishaupt e seus areopagistas, Philon Knigge voou para Munich. Ele reconciliou o mestre e os adeptos, e ganhou tão engenhosamente sua confiança, que, por um tratado formal entre eles, foi decidido que se lhe entregariam todos os diferentes graus, e toda a parte do Código simplesmente esboçada; que seu trabalho de novo examinado pelo Areópago, aprovado por Weishaupt, serviria de regra para os últimos mistérios. Um artigo não menos mutável desta convenção, dizia que Philon Knigg iria para Wilhemsbad, onde se ia fazer uma assembleia-geral de deputados maçónicos; que lá ele empregaria todos os meios para atrair ao Iluminismo a maior parte dos irmãos deputados, a fim de fazer prevalecer os mistérios de Weishaupt em todas as lojas dos pedreiros-livres. Esta segunda parte de sua missão fez que ele apressasse o trabalho de que se tinha encarregado, qual era terminar o Código dos mistérios. Sua pena ligeira e fácil, inimiga de toda a irresolução, apenas fez a escolha nos papeis escritos por Weishaupt, que, segundo sua convenção com os areopagitas, ele deixou em seu primeiro estado todos os graus preparatórios de Noviço, de Minerval, de Iluminador menor, que já tinham recebido um grande número de irmãos. Foi também decidido, que se conservariam os três primeiros graus de pedreiros-livres, como intermediários. Philon casou o grau de Iluminador maior com os graus escoceses. Juntando, enfim, para os graus de Epopte e de Regente, tudo o que os trabalhos de Weishaupt lhe oferecia de mais ímpio, de mais sedicioso nos princípios, de mais artificioso nos meios; ele pôs remate ao Código da seita, tal, como temos visto o mais essencial.

Weishaupt não contente de tantas impiedades e conspirações, que tinha imaginado, ainda queria levar mais longe seus crimes; porém sempre irresoluto, ele dava mais tempo a deliberar, que Knigge a obrar. A segunda parte da missão de Philon, ou seus sucessos ante os maçons de Wilhemsbad, dependia principalmente de tomar uma resolução que fixasse para sempre os mistérios, os graus de Epopte e de Regente Iluminado. Weishaupt foi de novo obrigado a aprovar tudo: ele pôs em tudo seu nome, e o selo da Ordem. Knigge, vendo-se livre em seu apostolado de Wilhemsbad, mostrou toda a força de seu génio conspirador.

(Assembleia dos Pedreiros-Livres em Wilhemsbad):

Não era para uma sociedade insignificante, para que Philon era deputado, e encarregado de reunir ao iluminismo. Os deputados corriam de toda a parte do mundo a Wilhemsbad. Os escritores maçónicos, os mais moderados creem, que o número dos irmãos era pelo menos de um milhão. O leitor, fazendo uma pequena reflexão sobre este cálculo, por mais partidarista que afecte ser, à vista destes deputados de uma sociedade secreta, composta aos menos de um milhão de adeptos, vindos de todas as partes de Europa não deixará de conhecer, nem de se oferecer ao seu espírito; que neste congresso misterioso se tratavam questões sérias, relativas aos povos e aos soberanos. Que votos, e que projectos levariam consigo os deputados de uma associação tão formidável, e surdamente espalhada à roda de nós? Que vão meditar e combinar entre si, pró ou contras as nações? Se é para o bem geral da humanidade, que eles se juntam em conselhos; com que direito vão deliberar sobre nossa Religião, nossos costumes ou nossos Governos? Quem lhes confiou nossos interesses? Quem lhes disse que nós queremos obrar ou pensar, ou ser governados pelas suas deliberações ou maquinações subterrâneas, ou como eles lhes chamam, conforme sua indústriosa e secreta influência?

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