15/04/13

O MOVIMENTO LITÚRGICO - LIVRO, (IV)

Dom Beauduin

O MOVIMENTO LITÚRGICO
Pe. Didier Bonneterre

(continuação)

CAPÍTULO I
Desde as Origens Até aos Anos 20

Definiremos o "Movimento Litúrgico" tal como Dom O. Rousseau:

"renovação do fervor do clero e dos fiéis pela liturgia." (1)

Esta renovação tem como principal autor um monge beneditino célebre: Dom Guéranger.

[...]

CAPÍTULO II
O "Movimento Litúrgico" nos Diferentes Países da Europa
Aparecimento de Desvios Teológico em Simultâneo com a Tendência Reformista

No primeiro capítulo expusemos as origens do "Movimento Litúrgico". Nascido do génio de DomGuéranger, da vontade de S. Pio X, e do zelo de Dom Beauduin, esta "renovação do fervor pela liturgia" conheceu um desenvolvimento prodigioso, e produziu os magníficos frutos que já mencionámos. Igualmente sublinhámos as sementes das desvios futuros que Dom Beauduin já tinha no início do "Movimento". Mas, prosseguindo o nosso estudo, tetenha-mo-nos também um pouco na personalidade de Dom Beauduin, pai do "Movimento" belga, antes de irmos à Alemanha para encontrar Dom Casel.

Tínhamos deixado o célebre monge do Mont-César em vésperas da guerra de 1914-1918: com zelo infatigável dirigia o "Movimento Litúrgico" belga. A guerra e uma série de encontros inesperados vão por um tempo arrastá-lo para as esferas turvas do "ecumenismo" e para longe da liturgia. Homem de confiança do Card. Mercier, que no geral dava provas de um melhor discernimento, Dom Lambert Beauduin representa um papel capital na resistência belga contra o invasor alemão. Não somente redacta quase por inteiro a famosa carta pastoral do Card. Mercier, apelando à Béligica fazer resistência, mas também se encarga de a difundir recorrendo à ajuda de seu irmão (das famosas fábricas de açúcar de Tirlemont. (2) Depois de uma série de aventuras rocambolescas, Dom Lambert Beauduin vê-se obrigado a refugiar-se na Inglaterra; e aí faz amizade com numerosas personalidades do anglicanismo, facto determinante.

Depois do armistício, D. Beauduin pôde regressar ao Mont-César, onde se encontrou com Mons. Szepticki (3), chefe da Igreja Ucraniana, que lhe transmitiu a paixão pelo Oriente e a sua concepção da vida monástica. O nosso monge, que se achava já apertado no mosteiro, demasiado "beuroniano", demasiado "guérangeriano" (4), ou seja, demasiado conservador, ou demasiado católico, parece que não sonhará já senão numa nova fundação monástica que restauraria a vida dos monges originalmente chagados do Oriente.

D. Robert de Kerchove, que estimava muito a este seu monge um tanto "movimentado" acabaria por dar-lhe a possibilidade de ir "tomar ar". E assim D. Bauduin é enviado como professor ao colégio de Sto. Anselmo em Roma.(5)

O Abade de Sto. Anselmo, Dom Fidèle de Stotzingen, monge bastante conservador, não pôde dominar o seu novo professor que entusiasmava os seus alunos com o Oriente. Esta paixão qe D. Beauduin pela Igreja oriental apenas fez crescer os seus encontros com Cirilo Korolevsky e, principalmente, com o Pe. Michel d'Herbigny (6) que pouco depois se tornou Monsenhor.

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