11/12/16

BOLOS NATALÍCIOS NA MESA DA EUROPA

ALEMANHA:
Na mesa de natal os alemães costumam ter o delicioso "Christstollen", bolo muito rico em sabores e aromas, feito à base de frutos secos e cristalizados, compacto, tem forma de um rolo achatado e é coberto de açúcar fino. Originalmente era menos agradável, devido à limitação de uso de ingredientes no Advento.  Atendendo ao pedido do Príncipe Ernesto de Saboia, o Papa Inocêncio VIII,  pela chamada "carta da manteiga" (1491) possibilita aos nobres a inclusão da manteiga na receita, desde que fosse excluído dela o azeite e se desse esmola para as obras da construção da Catedral de Freiberg. Depois da Catedral construída, esta licença foi generalizada à população, não havendo já obrigações esmolares. Também fica na história que, pela primeira vez, um Papa escreve e publica a receita de um bolo.
 
FRANÇA:
O "Bûche de Noël" é por nós também conhecido como "tronco de natal" (seu nome traduzido), já bastante divulgado por cá. Este costume terá tido início no séc. XIX.
 
INGLATERRA:
o "Christmas Pudding" é um pudim aparecido na Idade Média, típico da Grã-Bretanha, e também utilizado para o Ano Novo. São comuns pequenas variantes que em cada família se vão guardando e transmitindo. Esta curiosa receita integra uma combinação dos ingredientes que eram considerados caros. É composto maioritariamente de frutos secos, 13 ingredientes, e demora 13 dias a ser confecionado. Este símbolo do 13 é homenagem a Cristo reunido com os Apóstolos, da mesma forma, durante os 13 dias de preparação: "... todos os membros da família devem mexê-lo durante a preparação no sentido Léste- Oeste também em memória dos Reis Magos durante o seu trajecto".

ESPANHA:
Também por nós sobejamente conhecido como "torrão", o "Turrón" não costuma faltar na mesa de "nuestros hermanos". Dispensamos grandes apresentações, porque já todos conhecemos a versão de Alicante, por cá muito visto nas feiras e festas populares.
 
PORTUGAL:
Em Portugal o "Bolo Rei" tornou-se o bolo comum, tanto na aldeia como na cidade, independendo da região. Se bem que este é directamente alusivo ao Dia de Reis, o Bolo Rei antecipa-se. O que diferencia este de todos os outros bolos é o "brinde" e a "fava" que estão contidos no seu interior: originalmente feito de metal mole (chumbo), o brinde embrulhado em papel aparece na fatia de algum contemplado, ao contrário da fava (seca) que calha a quem tiver de comprar o próximo bolo. Curiosamente, o Bolo Rei parece ter nascido em algum palácio de Luís XIV (França) para as Festa do Dia de Reis. Com a Revolução-em-França (que francesa de verdade ela não é) o bolo foi proibido. No ano de 1870 começa em Portugal a ser produzido o Bolo Rei, pela Confeitaria Nacional (Lisboa), segundo uma receita parisiense. Com a imposição de uma República em Portugal o Bolo Rei foi proibido (que engasgava os republicanos só de lhe ouvirem o nome...), mas tratou-se logo de dar a volta pelo nome... Não se sabe bem o motivo, mas o "Bolo Presidente" não conseguia vender tanto, outros tentaram "ex-bolo-rei", etc... Quanto à sua composição, o bolo leva frutos secos (sobretudo passas), e fruta cristalizada; tem forma de coroa. (vídeo)
 
BELGICA:
O "Cougnou", ou melhor, o "Pão de Jesus" é um suave pão (considerando a sua antiguidade, trata-se de um pão festivo para a população em geral) decorado com a figura do Menino Jesus ao centro.

Sem comentários:

TEXTOS ANTERIORES