"De todas as maravilhas que a Santa Igreja encontrou na fértil ceara dos Reinos Cristãos, a FIDELIDADE achou-se em maior constância e brilho em Portugal; característica esta nossa, tão própria e admirável que o Príncipe dos Apóstolos fez com ela coroa lusa (*). Assim, perante os Reinos Cristãos, e o mundo, Deus preparou Portugal para exemplo de Fidelidade, e da grande fidelidade que é a Fé. (...) Embora Portugal seja de si mesmo desconhecido, não se entenderia o motivo de tal virtude demorar 600 anos em tornar-se oficiosa aos olhos do mundo, caso não fosse a muita discrição pública outra característica nossa, que nos tem protegido providencialmente tantas e tantas vezes. (...) para que cá os humildes possam assegurar-se que a Fé não é incompactível com a Fidelidade aos legítimos (...)"
(na serra alta - J. Antunes)
NOTA (*)
ResponderEliminarTal como às coroas dos vários Reinos Cristãos os Papas foram atribuindo título próprio (cristianíssimos, apostólicos, católicos etc...) tb. Portugal obteve a de "Fidelíssimos", no séc. XVIII. Este título, é hereditário.
Já no séc. XVI Dom Sebastião, perguntado por Gregório XIII como gostaria de ser chamado, respondeu que não queria outro título senão o de "filho obedientíssimo da Igreja". Daí vemos a origem antiga do nosso "Fidelíssimo".
ResponderEliminarAlguém já comentara sobre a conveniência da aparição de Nossa Senhora em Portugal, dizendo que, havendo sido a mais universal e importante de todas as aparições (e muito clara, diferente de La Salette, por exemplo, em que ainda hoje disputam sobre o seu real conteúdo), devia aparecer no lugar menos envolvido nas disputas de poder da época, menos imbuído de mundanismo, e portanto o mais disposto à universalidade e ao sucesso da mensagem. Talvez tivessem desconfiado dela, se tivesse sido dada na poderosa França, Inglaterra, ou mesmo na Espanha. Mas não num lugar tão escondido como Portugal.
Escondido e importante. Podemos ver a preparação desde a antiga e única devoção ao Anjo de Portugal e os fatos extraordinários acontecidos antes no lugar que hoje é Fatima. A maioria dos estudiosos (que são estrangeiros) não veem muito a importância de Portugal em Fátima. O Anjo de Portugal, os destinatários primeiros do Segredo, o bispo de Leiria e o Cardeal-Patriarca (e não o Papa), as tantas graças de paz temportal e espiritual concedidas a Portugal, as intenções particulares de Nossa Senhora pela sua conversão.
Finalmente, o "dogma da fé", que hoje muitos já não conseguem ver como a fé como virtude teologal simplesmente, preservada em Portugal especialmente nestes tempos, conforme a velha interpretação de alguns estudiosos. Senão que enxergam uma situação particular que deve ocorrer talvez no tempo do desastre previsto na visão do "bispo de branco". O certo é que a Ir. Lúcia não o escreveria daquele modo, de forma tão sumária, se fosse promessa condicionada e frustrável.
Deus é o Senhor das nações e tem desígnios particulares para cada uma, por isso esperamos conhecer talvez em breve seus desígnios para Portugal.
Caro Mem de Sá,
ResponderEliminarobrigado por comentar. Faz bastante tempo que não o vemos por cá.
Mas agora disse tanta coisa em tão poucas palavras que nem sei que lhe diga.
É curioso ter notado essa realidade de Portugal não ser tido em conta, ou se o é é para mal, e que essas opiniões são estrangeiras ou influenciadas por opiniões estrangeiras. As pessoas que assim pensam acham que aqui em Portugal deveriam então encontrar a "tradição", ou melhor dizendo: um movimento de reacção à imagem daquilo que se desenvolveu mais em países mais debilitados em suas heranças civilizacionais. Não entendem que a moral, os costumes, o pensamento, os exemplos e referências dos pais ou avós pode ser mais definitivo que o saber sistematizado, à imagem do que difere SABEDORIA e CONHECIMENTO etc... Enfim ... isto seria assunto para um tratado.
Nem sei mais que dizer.
Obrigado... Volte sempre.