03/07/15

CANONIZAÇÃO DE ISABEL A CATÓLICA!

Isabel, La Católica

(texto experimental)


Caros leitores,

Isabel de Castela, mais conhecida por Isabel a Católica (título de Católicos atribuído pela Santa Igreja à Coroa castelhana, à perpetuidade), desde o tempo em que reinou, tem tido grupos promotores; a saber:

- O primeiro grupo é principalmente constituído por nobres rebelados contra o rei Henrique IV de Castela, os quais tentaram levar ao trono Isabel de Castela (da forma mais legítima que lhes fosse possível - eis uma preocupação que se deve à irregularidade da sucessão de Isabel ao trono);
- Os restantes grupos, adeptos da "hispanidad", que começaram a formar-se desde o séc. XIX por necessidade de defesa interna de Espanha  (durante e depois da conquista liberal). A criação de uma resistência interna requeriu o esforços de convergência interna (para este efeito era necessário um projecto e modelo de identidade comum, apresentável e simples, digno e que inspirasse. A palavra hispanidad nasce antes da definição do conceito (foi dado para substituição do "dia da raça"). Alguns intelectuais reuniram e interpretaram aquilo que poderíamos chamar de elementos históricos-simbólicos, produziram obras em torno deste conceito; todos os esforço foram feitos na busca dos fundamentos para aquilo que se tinha  como "essência de Espanha". Novos intelectuais surgiram já na linha desta "militância", ou aderiram a ela pela aceitação do seu legado. Como ocorrida a maior parte dos maiores feitos da Espanha em tempo de Isabel a Católica, e como a militância vive em torno do processo de exaltação nacional, nada mais esperado que a gradual "dogmatização" do corpo teórico-sibólico, o qual clama pela canonização da "cara" dos mesmos feitos: Isabel a Católica. Têm sido muitas as tentativas para retomar a beatificação de Isabel, tema que anda impresso em muitas e muitas páginas, difundido em muitas horas em palestras, e espelhado num sem fim de outros esforços.

Em tempos de Isabel a Caótica os acontecimentos de grande destaque estão dentro do que é da providência divina, obviamente! O Papa da época era Alexandre VI, espanhol, tratou das principais disputas relativas às descobertas por mar (e sempre favorável a Castela e Aragão), e atribuiu à Coroa de Castela o título de Católicos, que significa "universais". A documentação dos feitos deste período, depois de selecionada, tem sido o alicerce daquela interpretação simbolica-histórica promovida pelos adeptos da hispanidad, os quais chegam a afirmar que Espanha "é a filha predileta da Igreja".

Isabel a Católica é a cara desses feitos espanhóis, por estar à frente do Reino.

Com uma elevação de Isabel a Católica aos altares os militantes esperam consequentemente uma a "oficialização" da sua interpretação historico-simbólica (ou seja, a confirmação do conceito de "hispanidad" com a sua versão histórico-simbólica, tornar heróis aqueles antigos nobres da  facção, tornar inquestionável a legitimidade da subida de Isabel a Católica ao Trono de Castela, retirar algum peso na má fama do Papa Alexandre VI, e entre tantas outras coisas assegurar como definitivo título de descobridores e evangelizadores da América etc.).

A Santa Igreja tinha já feito Venerável a Isabel a Católica. No entanto o processo de Beatificação foi-lhe encerrado, e nunca mais se voltou ao assunto (como deve ser). Séculos passaram, e eis que os adeptos militantes da "hispanidad" tentam agora abrir novo processo montados em dois argumentos: que o título de Venerável já é confirmação de "virtudes heroicas" (nem todos usam este debilíssimo argumento), e que a Santa Igreja tinha já permitido certo culto não privado a Isabel a Católica, o qual se tem mantido, e que isto dá passo à reabertura do processo. Só alguma matéria credível em contra de Isabel a Católica poderia frustrar as mais acalentadas expectativas.

O desgaste muito tem feito e desfeito, tanto é o empenho dos adeptos da "hispanidad" por elevar a "Espanha" (conceito que usam com contradição, porque o usam conforme as conveniências de momento). Elevando a Espanha, se elevam a si mesmos. Têm uma visão histórica engrandecedora da Espanha, no passado, no presente, e até no futuro. Estas certezas futuras sobre uma missão histórica da Espanha também no futuro, tem reunido os esforços para eliminar todos os elementos que criem dificuldades, ou sejam alternativa à ideia de "Espanha redentora" (que sob si levará os povos à restauração do Cristianismo).

Já muito escreveram, debateram, gastaram capital, sofreram e fizeram sofrer para colocar Isabel a Católica num pedestal que nunca a Igreja lhe atribuiu até agora. Por isso, nenhum de nós acharia justo calar alguma prova a respeito de Isabel la Católica, tanto para a sua beatificação como para a secessão completa e definitiva destas tentativas.

(incompleto)

4 comentários:

Anónimo disse...

heregeeeeeeeeeee....................

anónimo disse...

Caro anónimo,

sim sim ... muito!

Volte sempre, e com fundamentos.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
anónimo disse...

A mensagem anterior foi removida por conter uma palavra obcena.

Entre outras coisas o "anónimo" afirmava que Isabel a Católica é também conhecida por Isabel a Louca. Desde já, garanto que tal é falso, e pode ter havido confusão com JOANA A LOUCA, filha de Isabel a Católica.

Quanto ao que diz a Rainha Isabel de Castela estar a arder no fogo do inferno, parece-me impossível.

Caro "anónimo" volte sempre, mas com linguagem de gente.

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